Informação foi confirmada por defesa de Paulo Ricardo Moraes Milhomem, que disse que irá recorrer. Caso ocorreu no Lago Sul; Tatiana Fernandes Machado Matsunaga passou por cirurgia e segue internada em estado grave.
A Justiça do Distrito Federal decidiu, nesta quinta-feira (6), manter preso o advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, de 37 anos. Ele foi detido em flagrante por perseguir e atropelarTatiana Fernandes Machado Matsunaga, no Lago Sul.
Segundo a Polícia Civil, Tatiana discutiu com o homem na rua e, em seguida, o advogado perseguiu a mulher até a porta de casa. Imagens mostram que, nesse momento, Tatiana desceu do automóvel e, logo depois, foi atropelada. Paulo se apresentou na delegacia após o ocorrido.
A informação sobre a manutenção da prisão de Paulo Ricardo foi confirmada pela defesa dele. Um dos advogados do suspeito, Leonardo de Carvalho e Silva, informou que, agora, vai entrar com pedido de soltura na Justiça.
A defesa alega que Paulo “não teve intenção de atropelar” (veja posicionamento da defesa abaixo).
Tatiana está internada no Hospital Brasília, em estado grave. Ela sofreu traumatismo craniano e fraturas expostas na perna e no quadril. Ainda nesta quarta, ela passou por cirurgia na cabeça para retirar um coágulo.
Devido ao procedimento, Tatiana ficará em observação por 72 horas. Segundo familiares, ela ainda precisará por outros procedimentos cirúrgicos, como uma operação no quadril.
‘Quero minha filha viva e com saúde’
Os pais de Tatiana, Maria Celeste e Luiz Sérgio, afirmaram à reportagem que “querem justiça”. O pai contou que, após receber ligação do genro, chegou em casa e viu a filha sendo socorrida.
“Ela estava em uma maca, com o rosto sangrando muito. Um bombeiro me disse que a situação não era fácil. Nessa hora, minha ficha caiu”, disse Luiz.
Os pais também comentaram que o sentimento é de revolta. Sérgio diz que Paulo Ricardo teve intenção de atropelar a filha e que isso estaria comprovado nas imagens das câmeras de segurança. “Ele mirou e avançou. Assistindo esse vídeo, me deu uma coisa que há muito tempo não sentia”, disse.
Maria Celeste comentou que a filha “é uma garota muito ativa, uma pessoa dedicada e preocupada com todos, com pessoas menos favorecidas e com animais”.
“Não entendo que isso tenha acontecido com uma pessoa como ela. Quero minha filha viva com saúde”, afirmou.
Atropelamento
O vídeo registrado na porta da casa de Tatiana mostra que ela e o advogado continuam discutindo após ela descer o automóvel. Enquanto isso, o marido de Tatiana saiu de casa, após ouvir os gritos.
A discussão continuou entre os três e, em seguida, o advogado atropelou a vítima. O marido dela saiu correndo em direção ao carro, mas voltou para socorrer a esposa.
Segundo o delegado Paulo Renato Alvarenga, da 10ª Delegacia de Polícia, que investiga o caso, após o crime, o suspeito fugiu. A corporação foi acionada pela associação de moradores do local e conseguiu identificar o advogado por meio das imagens das câmeras.
O delegado afirma que, antes de os policiais iniciarem as buscas, o suspeito se apresentou na delegacia com um advogado. Em depoimento, ele disse que se sentiu ameaçado em meio à situação.
O que diz a defesa
O advogado de Paulo Ricardo, Leonardo de Carvalho e Silva, afirma que o suspeito havia saído de um hospital. Ao ir para casa, “ele foi atacado no trânsito por Tatiana”.
“Ele não a perseguiu. Isso é distorção. Ele a seguiu até a rua e questionou o motivo de todos os xingamentos, gestos obscenos e agressões pregressas”.
Leonardo disse ainda que Paulo Ricardo seguiu ao final da rua, para ir embora. Porém, disse que foi fechado por Tatiana, o que impediu a passagem. O advogado afirma ainda que o marido e a vítima avançaram na direção do cliente dele e que a mulher esmurrou o automóvel do suspeito.
“Ele se sentiu ameaçado e teve muito medo do desdobramento, visto que não conseguia seguir, ficou encurralado e não sabia se o casal tinha algum tipo de arma. A intenção de Paulo Ricardo era sair do local”.