sábado, 17/05/25

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As pessoas só acreditam no que querem?

Ilustração. Imagem gerada por IA

 

Miguel Lucena

Dizer que as pessoas só acreditam no que querem é quase verdade, mas, como toda meia-verdade, carrega sua dose de ilusão.
O ser humano tem um radar seletivo: ignora o que o contraria, acolhe o que o conforta. A ciência chama isso de viés de confirmação; o povo chama de teimosia.
Há quem veja fraude até em eclipse solar, mas acredite piamente no horóscopo da vizinha. A crença, muitas vezes, não obedece à razão, mas à conveniência emocional. É mais fácil duvidar do que incomoda do que repensar certezas. No entanto, basta um choque de realidade — um flagrante, uma perda, uma dor — para a crença ruir como castelo de areia.
Ninguém deseja acreditar que foi traído, enganado ou manipulado, mas a verdade tem o pé pesado: quando entra, derruba o que encontra. No fundo, as pessoas acreditam, sim, no que querem — até que a vida as obrigue a querer outra coisa.

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