domingo, 08/06/25
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Coreia do Norte parece ter reiniciado reator nuclear, afirma agência da ONU

Os inspetores da agência da ONU foram expulsos da Coreia do Norte em 2009 e, desde então, precisam monitorar a atividade nuclear norte-coreana a partir do exterior.

Imagem de 6 de agosto da usina nuclear Yongbyon, na Coreia do Norte — Foto: Divulgacão / GeoEye Satellite Image / AFP
Imagem de 6 de agosto da usina nuclear Yongbyon, na Coreia do Norte — Foto: Divulgacão / GeoEye Satellite Image / AFP

A Coreia do Norte parece ter reiniciado o reator nuclear de Yongbyon, afirmou, nesta segunda-feira (30) a agência de energia atômica da ONU.

A agência diz que o fato é “profundamente preocupante” e pode indicar uma expansão do programa armamentista do regime norte-coreano.

“Desde o início de julho há indícios, incluindo a descarga de água de resfriamento, consistentes com o funcionamento do reator”, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) em seu relatório anual.

O dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, propôs em 2019 desmantelar parte do complexo de Yongbyon, a principal instalação nuclear do país, em sua segunda reunião de cúpula com o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em troca de uma redução das sanções internacionais, mas a oferta foi rejeitada.

O reator parecia inativo desde dezembro de 2018 até recentemente, afirma o relatório da AIEA, com data de sexta-feira 27 de agosto.

Os inspetores da agência da ONU foram expulsos da Coreia do Norte em 2009 e, desde então, precisam monitorar a atividade nuclear norte-coreana a partir do exterior.

A possível operação do reator é mais um sinal recente de que o governo da Coreia do Norte está usando um laboratório radioquímico próximo ao local para separar o plutônio do combustível usado retirado previamente do reator.

Os dois fatos são “profundamente preocupantes” e as atividades representariam uma “clara violação” das resoluções da ONU, afirmou a Aiea.

Um funcionário de um posto importante do Departamento de Estado americano afirmou que o governo dos Estados Unidos estava a par do relatório e está coordenando suas ações com outros países aliados.

Este relatório destaca a necessidade urgente de diálogo e diplomacia para que se possa conseguir a completa desnuclearização da península da Coreia, afirmou essa fonte do Departamento de Estado.

“Nós continuamos buscando o diálogo com a Coreia do Norte para abordar esta atividade relatada e toda a série de questões relacionadas à desnuclearização”, completou.

Localizado a cem quilômetros ao norte da capital Pyongyang, Yongbyon abriga o primeiro reator nuclear do país e é a única fonte conhecida de plutônio para seu programa armamentista.

Porém, analistas suspeitam que não é a única instalação de enriquecimento de urânio da Coreia do Norte.

Foto divulgada pela Coreia do Sul mostra inspeção de usina nuclear da Coreia do Norte em 2009 — Foto: Ministério de Relações Estrangeiras da Coreia do Sul/ Divulgação/Via AFP
Foto divulgada pela Coreia do Sul mostra inspeção de usina nuclear da Coreia do Norte em 2009 — Foto: Ministério de Relações Estrangeiras da Coreia do Sul/ Divulgação/Via AFP

Submetida a várias sanções internacionais, a Coreia do Norte suspendeu os testes nucleares e de mísseis em 2018 durante a aproximação diplomática com os Estados Unidos, que agora está paralisada.

Em janeiro de 2020, o regime comunista anunciou o fim da moratória autoimposta e executou desde então uma série de lançamentos de mísseis de curto alcance. O país não realiza um teste nuclear desde 2017.

Por France Presse

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