Categoria afirma que 50 profissionais morreram pela doença desde início da pandemia. Órgão deu prazo de cinco dias para que Secretaria de Saúde se posicione.
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) enviou ofício à Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), nesta quarta-feira (28), pedindo a inclusão de trabalhadores do transporte público nos grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19.
O documento partiu de um pedido feito pela categoria, que alega que 50 profissionais morreram pela doençadesde o início da pandemia na capital. Os rodoviários afirmam que estão “constantemente expostos ao risco de contágio”.
O MP deu prazo de cinco dias para que a SES-DF se manifeste sobre o pedido. Acionada pelo G1, a pasta não havia se posicionado até a última atualização desta reportagem.
Segundo o Ministério Público, “os trabalhadores do transporte público coletivo foram incluídos nos grupos prioritários do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Governo Federal nas posições 23 (rodoviários) e 25 (metroviários e ferroviários), tendo em vista que são de atividade essencial e estratégica e estão expostos ao risco de infecção pela Covid-19 pela natureza do trabalho”.
“Além disso, a não inclusão da categoria de profissionais nos grupos prioritários no DF também coloca em risco a continuidade das operações de tráfego”, diz o órgão.
Demanda dos trabalhadores
Só neste mês de abril, rodoviários fizeram duas manifestações pedindo inclusão no grupo prioritário de vacinação na capital. No primeiro ato, em 7 de abril, o grupo fez uma carreata entre o Estádio Nacional Mané Garrincha e a Esplanada dos Ministérios.
Já no dia 16 de abril, motoristas e cobradores paralisaram as atividades por cerca de uma hora, no fim da tarde, também em protesto pelo imunizante. Enquanto isso, os registros de ônibus e trens do metrô lotados têm sido constantes, mesmo em meio à pandemia.
A situação se agravou após o início da greve dos servidores da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF), em 19 de abril. Os metroviários reduziram o serviço em protesto contra o corte do auxílio-alimentação, de R$ 1,2 mil. Além disso, os servidores citam “descumprimentos judiciais, como os descontos ilegais da greve de 2019 que, até hoje, não foram devolvidos”.
O Metrô-DF tem afirmado que “continua tomando todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis para evitar maiores transtornos à população”. Além disso, a empresa diz que “permanece aberta ao diálogo com a categoria”.
Na última sexta-feira (23), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedeu liminar determinando o funcionamento de 80% da frota do metrô durante os horários de pico. No restante do dia, 60% dos trens devem funcionar.