Estrutura foi montada no Hospital Regional de Taguatinga para abrigar vítimas da Covid-19. Março já é mês mais letal da pandemia, com 1.074 óbitos na capital.
A Secretaria de Saúde instalou duas tendas refrigeradas para armazenar corpos de vítimas da Covid-19 no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no Distrito Federal. A estrutura, cedida pela Força Nacional, começou a ser montada, do lado de fora do prédio, em frente à ala de anatomia, nesta terça-feira (30).
O hospital da rede pública já tem uma câmara fria, no entanto, com o avanço dos casos de coronavírus na capital, o espaço não comportou o aumento no número de óbitos. Março já é o mês mais letal da pandemia no Distrito Federal, com o registro de 1.074 mortes.
Para a Secretaria de Saúde, a montagem da estrutura é uma “questão humanitária”, para que pacientes vítimas da Covid-19 fiquem separados dos corpos de pessoas que morreram por outras causas, “cumprindo as normas sanitárias”.
“O objetivo é o de acomodar de maneira digna e da forma mais adequada os corpos de óbitos por Covid-19. As tendas servem para um melhor acondicionamento a fim de dirimir a propagação da doença.”
Na terça-feira (30), quando a estrutura começou a ser levantada, o DF confirmou 94 mortes e 1.353 novos casos de Covid-19. Foi o dia com o maior número de óbitos desde 2020. O total de vítimas chega a 5.912, e os infectados somam 343.111.
Além disso, na manhã desta quarta-feira (31), a taxa de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) é de 96%, nos hospitais da rede pública do DF. São 329 pessoas à espera de um leito de UTI, 235 deles são pacientes com Covid-19.
Superlotação
Na semana passada, imagens feitas dentro do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), também da rede pública do Distrito Federal, mostraram corpos em macas fora da câmara fria (veja abaixo). Quem gravou as cenas – e preferiu não se identificar – disse que o acúmulo de corpos é consequência da superlotação.
À época, apesar dos corpos estarem fora da câmara fria, e ainda sem teste para o novo coronavírus, a Secretaria de Saúde disse que “não procede” que os corpos estejam “em locais inadequados”.
Já, no Hospital Regional do Guará, uma gravação mostrou corpos de vítimas do novo coronavírus armazenados no chão, em cima de um tablado de madeira, e, em outros casos, à espera de remoção nos corredores da unidade de saúde.
Corpos de pacientes com Covid-19 precisam ser ensacados e enterrados em caixão lacrado, para evitar a contaminação. Protocolos da Secretaria de Saúde exigem o uso de equipamentos de proteção individual (EPI).
Estado de calamidade
No dia 9 de março, o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou estado de calamidade pública na área de saúde do Distrito Federal. A medida vale “enquanto perdurar os efeitos da pandemia do novo coronavírus”.
O documento publicado no Diário Oficial cita o “risco iminente de superlotação das UTIs [Unidades de Terapia Intensiva] e unidades hospitalares na fase aguda da pandemia”.
Com a declaração de estado de calamidade pública na saúde, o governo do DF não terá que seguir à risca as metas fiscais previstas nas regras orçamentárias de 2021. Além disso, o DF poderá receber repasses da União e realizar contratos sem licitação. (G1)