Miguel Lucena
O delicado chega em casa:
– Cadê a janta, ainda não esquentou? Se prepare, que hoje eu te pego!
No celular, gravando dancinhas para o Tik Tok, a empoderada protesta:
– Esquente você, eu não sou sua empregada!
E assim começam as brigas.
Ainda há os ciúmes doentios, as exigências financeiras descabidas, o machismo de ambos os lados (do homem querer que a mulher esquente a comida e da mulher achar ruim dividir as contas – “eu não pago motel para homem nenhum!”).
Do jeito que as coisas caminham, a relação homem/mulher está fadada ao fracasso.
Já vi homem dizer que não daria nem bom dia a uma mulher se ela não tivesse “aquilo bom”.
É preciso chegar a um acordo de convivência. Vamos dividir as contas, um cozinha e outro limpa, ou cada um terá sua casa, vamos colocar o bem-estar das crianças acima dos interesses individuais e assim por diante.
As leis precisam ser equilibradas. Quando ambos se engalfinham, só o homem fica preso. Por ser mais forte fisicamente, o homem deve ser arranhado, estapeado e mordido em silêncio.
E ainda há quem tente apagar esse fogo com gasolina, transformando os homens em criminosos potenciais e as mulheres em seres infantis, totalmente desprotegidos.
E haja música de corno para estimular os instintos mais primitivos.