Apesar da população de 42 mil jovens nessa faixa etária, não houve registro de filas, nesta terça-feira (21). Idosos que vivem em instituições também começaram a receber dose de reforço.
A vacinação contra Covid-19 para adolescentes de 13 anos de idade começou nesta terça-feira (21), no Distrito Federal e, até o início da tarde do primeiro dia, não houve registro de grandes filas ou aglomerações. O governo local espera imunizar 42 mil jovens nessa faixa etária.
A campanha continua para quem tem 14 anos ou mais, com primeira e segunda dose. Nesta terça, idosos que vivem em instituições também começaram a receber a dose de reforço da vacina.
Na UBS 2 da Asa Norte, um grupo de pessoas aguardava antes do posto abrir. Além dos adolescentes que esperavam pela imunização, também estavam pais, que foram juntos acompanhar o momento.
Na UBS 5 de Taguatinga, por volta das 7h, adolescentes tomavam o imunizante antes de irem para a escola. De acordo com o diretor da Escola Classe 52 de Taguatinga, Manoel de Sousa, a unidade deve incentivar a vacinação dos alunos.
“Eu acho que todos nós, pais e escolas, temos que apoiar e incentivar os nossos filhos e alunos dessa faixa etária a tomarem a vacina. A escola em nenhum momento dificultará a ida desse aluno à procura da sua proteção, proteção da sua família e dos seus colegas que ainda não atingiram essa faixa etária. Portanto, é necessário e importante que eles procurem se vacinar pra que a gente possa acabar com essa doença que tanto tem nos causado sofrimento”, afirma o diretor.
Na UBS 1 do Núcleo Bandeirante, a dona de casa Maria Viviane Barros levou a filha Ana Luiza, de 13 anos, para receber a primeira dose nesta terça. “A gente teve Covid lá em casa, em abril. Minha sogra até hoje não está bem. Então é muito bom poder dar essa primeira dose pra minha filha. É uma sensação de mais proteção”, diz a mãe.
Para Ana Luiza, receber a dose foi motivo de felicidade. “Gostei de ter vacinado. Estou feliz”, afirma.
O militar Maurício Barreto também levou o filho de 13 anos para vacinar. “É uma prevenção a mais que nós temos. E nessa crise de Covid, é importante vacinar todos que estão em período escolar.”
Segundo o adolescente Maurício Barreto Filho, a vacina é importante para proteger também os colegas de escola. “Não quero que ninguém adoeça”, diz.
No ginásio de Sobradinho, não houve registro de filas. Da mesma forma, a UBS 1 da Asa Sul também não teve espera durante esta manhã, e quem chegava ao posto já era atendido na mesma hora.
Dose de reforço para idosos
Segundo a Secretaria de Saúde, 1.090 idosos institucionalizados podem tomar a dose de reforço a partir desta terça-feira. Na Casa do Ceará, na Asa Norte, as enfermeiras da secretaria chegaram por volta das 9h.
A equipe vacinou 15 idosos. Outros quatro vão ter que esperar mais um pouco, porque o reforço só pode ser aplicado em quem já tomou a segunda dose há, pelo menos, seis meses. De acordo com a pasta, equipes retornarão depois para imunizar quem não está nesse período.
Para a infectologista Ana Helena Germoglio, já era previsto que os idosos responderiam menos às vacinas contra a Covid, com base em estudos de outros imunizantes. “Por isso, a necessidade de fazermos a terceira dose nesse público que hoje está entre os mais vulneráveis. Isso se deve ao envelhecimento do sistema imune, que vai gerar uma baixa resposta vacinal dessa população”, explica.
Suspensão do Ministério da Saúde
Na última semana, o Ministério da Saúde divulgou uma nota orientando a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades. A decisão foi criticada pela comunidade científica.
O GDF decidiu manter a vacinação e ampliar para a faixa etária de 13 anos, alegando que os dados mostram que a imunização tem grande influência na redução do número de mortes e internações. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, a vacina é segura, e não foi registrado nenhum caso grave de reação.
Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, o posicionamento da pasta é de acatar as recomendações técnicas e científicas que foram divulgadas pelo Congresso Nacional de Saúde (Conas), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasem), Anvisa e Sociedade Brasileira de Infectologia e de Pediatria. “Qual é a recomendação do DF? Seguir rigorosamente essas recomendações científicas para a continuidade da cobertura vacinal”, afirma.