Miguel Lucena
Acaba de partir para a Eternidade, aos 56 anos, o amigo e advogado Paulo Henrique Abreu, vítima de um câncer que apareceu para abreviar sua existência de competência, coragem e luta.
Nunca desistiu de uma causa. Autêntico, solidário e justo.
Na última vez que o visitei, no Hospital Daher, em Brasília, ele admitiu que estava na reta final, mas lutaria até o último dia.
Nunca se queixou do destino. Nunca se lamuriou da doença. Fumou por 30 anos, entendia o mal como consequência do tabagismo, mesmo depois de passar seis anos sem fumar, até surgir o câncer.
Passamos a maior parte do tempo contando lorotas. Rindo da vida. Comentando como as pessoas se aborrecem com besteiras no dia a dia.
Até anteontem, cuidou de processos, mesmo ao lado de um balão de oxigênio, em casa.
Partiu grande, de cabeça erguida, como um guerreiro que nunca pediu arrego ao inimigo fatal.