quarta-feira, 10/12/25

O puxa-saco

Ilustração gerada por IA

 

 

Por Miguel Lucena

Vou arranjar um lugar de puxa-saco. Jackson do Pandeiro já tinha sacado tudo: no Brasil, quem rala é que sofre; quem bajula é que prospera. O sujeito trabalha, sua, entrega relatório, cumpre meta e só ganha um tapinha nas costas. Já o cheleléu profissional, mesmo sem saber a diferença entre ofício e orifício, está “comendo de colher”.

O puxa-saco moderno é quase um atleta. Ri antes da piada terminar, abre a porta antes do chefe pensar em entrar e antecipa até acidentes: quando o chefe pensa em dar uma topada, o bajulador já tropeça por ele, num gesto de fidelidade que beira o ridículo — e rende promoção.

A meritocracia até tenta existir, mas tropeça nos balançadores oficiais. E nós, meros trabalhadores, seguimos espantados, tentando entender por que ralamos tanto enquanto o puxa-saco, leve e sorridente, segue subindo a escada sem fazer força.

VEJA TAMBÉM

Comentar

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Publicidade -spot_img

RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Este campo é necessário

VEJA TAMBÉM