Segundo especialistas, distúrbio pode causar principalmente lesões na retina. Oftalmologista explica sintomas e tratamentos.
Fonte: G1/DF
Este domingo (26) marca o Dia Nacional do Diabetes. A data, criada em parceria entre o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), serve para conscientizar os brasileiros sobre a doença, que afeta cerca de 15,7 milhões de pessoas no país, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), divulgados no ano passado.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome do metabolismo, de origem múltipla, decorrente da falta de insulina ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente suas funções. A desordem atinge diversas funções do corpo mas, segundo especialistas, a visão é uma das mais afetadas.
De acordo com a oftalmologista Caroline Lima, a retinopatia diabética – lesão na retina causada pela doença – é uma das principais causas de cegueira na população mundial. Por isso, recomenda que os diabéticos façam um acompanhamento regular, para detectar o problema o mais cedo possível.
Sintomas e diagnóstico
A retina é uma estrutura que fica dentro do olho, composta por camadas neurossensoriais responsáveis por captar e interpretar os estímulos visuais. A especialista afirma que, por conta das alterações inflamatórias e vasculares causadas pela diabetes, ela é uma das partes do corpo mais afetadas.
”São desde pequenas atividades inflamatórias percebidas com exames de fundo de olho ou mapeamento de retina, até sangramentos e descolamento de retina”, explica a médica.
Exame de oftalmologia — Foto: Reprodução/TV Globo
Caroline afirma que o principal sintoma do problema é a visão turva. “Algumas vezes, pode vir acompanhada de deformação de imagens. Principalmente visualização de linhas retas ficando tortas, quando há presença de edema macular (um tipo de inchaço em parte da retina)’, explica.
No entanto, a oftalmologista destaca que, nas fases iniciais, o paciente com retinopatia diabética pode não apresentar nenhum sintoma visual. Segundo a médica, é mais provável que eles apareçam quando as lesões estiverem de moderadas a graves. Por isso, é importante o acompanhamento.
Tratamento
Caroline afirma que, em caso de retinopatia diabética, é necessário a realização de um estadiamento, ou seja, determinar e localizar a extensão da lesão. Os tratamentos podem ir desde observação da evolução problema, laser, aplicações de medicamentos e até cirurgias.
”Os diabéticos tipo 2, idealmente devem começar o rastreamento da retinopatia diabética logo que confirmam o diagnóstico da doença de base. Já que nem sempre descobrem que são diabéticos precocemente, esses pacientes podem apresentar lesões e não sabem”, diz.
Além disso, a médica relembra que pacientes diabéticos tem maior risco de desenvolver catarata e glaucoma, por conta das desordens metabólicas induzidas pela doença e dos fatores inflamatórios que ela gera nos vasos sanguíneos.
Tipos de diabetes
A diabetes é provocada por distúrbios na produção ou atuação da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas. A falta da substância provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, gera a doença, que se divide em tipos:
- Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de alteração do sistema imunológico, em que os anticorpos atacam as células que produzem o hormônio. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos.
- Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos.
- Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto.
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