Sindicato considerou oferta muito ruim, mas votou a favor do encerramento para que paralisação não avançasse para o final de semana. Metrô acionou plano de contingência por volta das 7h e reabriu trechos das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
Os metroviários aprovaram, na manhã desta sexta-feira (23), a proposta feita pelo governo de São Paulo para o pagamento do abono salarial e decidiram encerrar a greve. A decisão foi anunciada às 9h40.
Os trabalhadores vão retornar aos seus postos, mas ainda não há previsão do retorno total da operação.
A paralisação entrou no segundo dia e atingiu linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelh e 15-Prata.
O Metrô acionou o plano de contingência e alguns trechos voltaram a operar parcialmente. A Linha 15 – Prata, entretanto, segue totalmente fechada.
Durante a assembleia, os dirigentes criticaram a oferta feita pelo governo, enviada para o sindicato durante a madrugada, mas defenderam o encerramento da greve para que ela não avançasse no final de semana.
A categoria está a duas semanas de iniciar as negociações por reajuste salarial.
“Embora a proposta seja ruim, seja muito pouco, a gente acha importante aceitar essa proposta e sair da greve por cima. Porque não existe condições da gente continuar a greve no final de semana”, defendeu Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários.
O governo ofereceu o pagamento em abril de abono salarial no valor de R$ 2 mil e a instituição de Programa de Participação nos Resultados de 2023, a ser pago em 2024. Também se comprometeu a não descontar os dias de greve e afirmou que não haverá punições.
Plano de contingência
O Metrô de São Paulo acionou o plano de contingência e algumas estações de três das quatro linhas afetadas pela greve começaram a funcionar com parcialmente por volta das 6h50.
- Linha 1- Azul: funciona de Ana Rosa a Luz
- Linha 2- Verde: funciona de Alto do Ipiranga a Clínicas
- Linha 3-Vermelha: funciona de Santa Cecília a Bresser- Mooca
- A Linha 15- Prata permanece fechada.
- A CPTM também reabriu as transferências para o Metrô nas estações Luz e Brás e ampliou o horário de pico até as 9h
- Metrô faz controle de fluxo de passageiros para evitar aglomeração nas estações abertas
A medida tem como objetivo amenizar os impactos da greve dos metroviários, que entrou no segundo dia nesta manhã (24).
Segundo o Metrô, a operação é feita por supervisores e ex-operadores de trens, que têm condições de assumir tal função durante uma situação de emergência. Por conta da dificuldade de deslocamento desses profissionais em função da greve, o plano só pode ser acionado perto das 7h.
As linhas 4-Amarela e 5-Lilás funcionam normalmente, assim como todas as linhas Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
As transferências da CPTM para o Metrô, entretanto, permanecem fechadas.
O rodízio de veículos permanece suspenso, mas a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF) seguem valendo.
O governo de São Paulo e a Prefeitura de São Paulo deram ponto facultativoaos servidores públicos.
O Metrô apresentou ao sindicato dos metroviários uma proposta para encerrar a greve. A categoria deve votá-la por volta das 7h desta sexta-feira (24).
Ônibus
A SPTrans prolongou 2 linhas e reforço a frota de outras 13 que atendem o eixo das linhas do Metrô.
Linhas prolongadas
- 209T/10 Metrô Tucuruvi – Praça do Correio (circular)
- 209A/10 Metrô Santana – Praça do Correio (circular)
Linhas reforçadas
- 175T/10 Metrô Santana – Metrô Jabaquara
- 175P/10 Metrô Santana – Ana Rosa
- 2104/10 Metrô Santana – Term. Pq. D. Pedro II
- 5290/10 Div. de Diadema – Term. Pq. D. Pedro II
- 5106/10 Jd. Selma – Largo São Francisco
- 574A/10 Americanópolis – Largo do Cambuci
- 118C/10 Jd. Pery Alto – Metrô Santa Cecília
- 9300/10 Term. Casa Verde – Term. Pq. D. Pedro II
- 107T/10 Metrô Tucuruvi – Term. Pinheiros
- 208V/10 Term. A.E. Carvalho – Term. Pq. D. Pedro II
- 1177/10 Term. A.E. Carvalho – Luz
- 233A/10 Jd. Helena – Term. Vila Carrão
- 4310/10 ET Itaquera – Term. Pq. D. Pedro II
Linhas alteradas
A linha 178Y/10 Vila Amélia – Metrô Jardim São Paulo foi prolongada até o Metrô Santana, onde há mais opções de linhas de ônibus municipais para a integração.
As linhas 5022/10 Vila Santa Margarida – Jabaquara, 5018/10 Shopping Interlagos – Jabaquara e 5018/31 Shopping Interlagos – Jabaquara deverão operar em sistema circular no Metrô Jabaquara.
Greve envolve pagamento de abono
O Sindicato dos Metroviários faz a paralisação para exigir o pagamento de abonos salariais de Participação nos Resultados de 2020, 2021 e 2022, revogação de demissões por aposentadoria e outros desligamentos ocorridos em 2019, fim das terceirizações e a abertura de concurso público.
O Metrô diz que empenhou esforços para atender as demandas, mas que a realidade econômica da companhia não permite o pagamento do abono neste momento.
1º dia teve trânsito recorde e funcionamento parcial
O primeiro dia de greve dos metroviários fez São Paulo teve trânsito recorde para a manhã, preços exorbitantes em viagens por aplicativo, ônibus e CPTM lotados. Como a paralisação foi definida no fim da quarta-feira (23), muito passageiros reclamaram que foram pegos de surpresa.
A operação do Metrô ficou totalmente suspensa durante quase todo o dia. Entre o final da tarde e as 20h, houve operação parcial nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha e, segundo a companhia, transportou 90 mil passageiros.
Pela manhã, por volta de 8h30, o Metrô chegou a anunciar que aceitava, pela primeira vez na história, conceder a liberação das catracas para que a greve fosse encerrada, e condicionou a medida ao retorno de 100% dos funcionários da operação e manutenção.
No entanto, ao mesmo temo, a companhia foi à Justiça para tentar acabar com a greve e, por volta das 10h, a Justiça do Trabalho vetou a liberação das catracas. O sindicato dos metroviários, então, decidiu manter a greve, e o Metrô foi multado pela Justiça por conduta antissindical por ter impedido que os funcionários grevistas operassem linhas sem cobrança de passagem. (g1)*