Morreu, aos 73 anos, o médico americano James Goodrich, após ser infectado com o novo coronavírus (Covid-19). O neurocirurgião morreu na noite de domingo, (29/3), em Nova York, nos Estados Unidos. Ele estava internado e em coma havia cinco dias.
Goodrich era o principal especialista em separação de siameses craniópagos (unidos pelo crânio) do mundo, além de ser autor de artigos científicos que avançaram as técnicas usadas nesse tipo de cirurgia. Foi sob a orientação dele que foi realizado o procedimento que separou as gêmeas siamesas brasilienses Lis e Mel, no Hospital da Criança de Brasília, em 2019.
“Ele acompanhou e deu orientações sobre o caso desde que as meninas estavam no útero. Foi extremamente importante em todo o processo. É uma perda irreparável, pois foi a pessoa que abriu as portas para a neurocirurgia pediátrica”, lamenta o neurocirurgião Benício Oton de Lima, que comandou a cirurgia de separação das irmãs.
A equipe do neurocirurgião acompanhou as 20 horas do procedimento cirúrgico que separou Lis e Mel. “Ele deu as dicas, mas sempre muito respeitoso e generoso com a opinião de outros profissionais também”, relembra Oton. O neurocirurgião também auxiliou na separação das gêmeas siamesas Maria Ysabelle e Maria Ysadora no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP), em 2018.
Goodrich fazia parte da equipe do Hospital Montefiore Medical Center, em Nova York, e diretor da divisão de cirurgia neurocirurgia pediátrica e professor de cirurgia neurológica clínica, pediatria, cirurgia plástica e reconstrutiva da Faculdade de Medicina Albert Einstein. Ele também foi professor cirurgia Neurológica na Universidade de Palermo, na Itália.
“É uma perda para a comunidade da neurocirurgia pediátrica, mas também é uma perda pessoal. Nos conhecíamos e nos encontrávamos há mais de 20 anos em congressos”, lamenta.
(As informações são do Correio Brasiliense)
(As informações são do Correio Brasiliense)