sábado, 25/01/25
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Lula reúne ministros hoje e quer medidas para reduzir preços dos alimentos

O grupo de alimentação e bebidas foi responsável por um dos maiores impactos sobre a inflação de 2024 com alta de 7,69% em 12 meses.

Lula e ministros durante reunião no Palácio do Planalto — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou ministros para discutir, nesta sexta-feira (24), medidas governamentais que possam contribuir para abaixar o preço dos alimentos.

A questão tem sido um ponto de preocupação e alerta no governo federal desde o começo do ano passado, quando pesquisas de opinião identificaram que o custo dos alimentos estava impactando negativamente na avaliação do presidente.

Em março do ano passado, Lula fez uma reunião semelhante para discutir o assunto.Mas, o problema persiste. A questão é, inclusive, um dos principais desafios para a comunicação do governo, segundo o recém-empossado ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira.

Após o ministro da Casa Civil anunciar que faria uma intervenção e ter que voltar atrás e explicar que isso não significaria mexer artificialmente nos preços, o governo voltou a debater quais são as medidas que podem ser tomadas.

Devem participar do encontro desta sexta os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT); da Fazenda, Fernando Haddad (PT); da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD); do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT).

Inflação alta

 

A inflação do ano passado fechou 2024 acumulando alta de 4,83% e estourou o teto da meta previsto — o limite era 4,5%. O preço dos alimentos e das bebidas puxou o indicador, dado que acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 pontos percentuais para o índice do ano.

Na quinta-feira (23), os ministros Rui Costa, Carlos Fávaro, Paulo Teixeira e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, também se reuniram para traçar as sugestões de ações a serem apresentadas a Lula.

Inflação não está caindo no Brasil e no mundo no ritmo desejado por economistas — Foto: Getty Images via BBC

Inflação não está caindo no Brasil e no mundo no ritmo desejado por economistas — Foto: Getty Images via BBC

Desde as reuniões do ano passado, o governo diz que, entre os fatores que elevaram o custo da comida estão os eventos climáticos extremos, que atrapalharam a produção de alimentos do país, o que refletiu no aumento dos preços.

A alta do dólar nos últimos meses também tem um impacto significativo na inflação. Isso porque o índice tem afeta diretamente os valroes de produtos do Brasil, especialmente dos bens essenciais.

Quando a moeda norte-americana sobe, itens voltados para exportação, importados ou que dependem de insumos internacionais, como combustíveis, eletrônicos e alimentos, sofrem aumento.

Cobrança em reunião ministerial

 

Lula fez um lembrete aos ministros da importância de buscar a diminuição dos preços dos alimentos na reunião ministerial realizada em 20 de janeiro, na Granja do Torto.

“Se a gente trabalhou união e reconstrução, agora a gente vai ter que trabalhar outra coisa importante: reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador, porque os alimentos estão caros na mesa do trabalhador”, disse o presidente na parte de sua fala que foi transmitida.

 

“Todo ministro sabe que o alimento está caro. É uma tarefa nossa garantir que o alimento chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro, em condições compatíveis com o salário que ele ganha”, completou.

Ministro Sidônio Palmeira toma posse em cerimônia com Lula — Foto: YouTube/Reprodução

Ministro Sidônio Palmeira toma posse em cerimônia com Lula — Foto: YouTube/Reprodução

A questão também é uma preocupação do ministro da Secom, Sidônio Palmeira. O novo titular da pasta assumiu o cargo em 14 de janeiro com o desafio de tentar azeitar o diálogo do governo com a população e fortalecer a imagem digital do Planalto.

“Alguns preços de alimentos estão mais altos, e isso se deve a vários fatores. Para a população mais simples, economia significa o supermercado e a feira livre. O Ministério da Fazenda e outros setores do governo estão trabalhando intensamente nessa questão”, disse o ministro.

Lula disse para famílias cuidarem do orçamento

O presidente foi reeleito para este terceiro mandato tendo como um dos principais motes de campanha a promessa de devolver a “picanha” e a “cervejinha” à mesa da população mais pobre.

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