Medida deve beneficiar moradores de Samambaia, Ceilândia, Taguatinga e Águas Claras. Veículos serão remanejados de outros itinerários que apresentam menor demanda de passageiros.
Em razão da greve iniciada nesta segunda-feira (19) pelos funcionários do metrô do Distrito Federal, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) anunciou reforço nas linhas de ônibus que circulam entre as regiões de Samambaia, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e o Plano Piloto.
A ação faz parte de um plano emergencial para diminuir os transtornos causados pela paralisação. Segundo a Semob-DF, cerca de 30 linhas terão acréscimo de viagens, com veículos remanejados de outros itinerários que apresentam menor carregamento de passageiros.
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A pasta afirma ainda que, além dos horários de pico, haverá reforço durante toda a manhã e à noite, considerando os novos horários de funcionamento empresarial no DF, devido à pandemia de Covid-19.
A paralisação dos metroviários foi decretada em assembleia virtual, durante a madrugada desta segunda. Por conta do movimento, as estações abriram com 30 minutos de atraso, às 6h. Segundo a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF), durante os horários de pico – 6h às 8h30 e 16h45 às 20h30 – devem circular 14 dos 24 trens. No restante do dia, serão seis veículos.
De acordo com o Departamento de Transito (Detran-DF) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a greve dos metroviários não altera a utilização das faixas exclusivas de ônibus. O funcionamento das vias segue apenas para o uso de coletivos, vans escolares e táxis.
Impacto
Na manhã desta segunda, por volta das 7h, as paradas de ônibus da avenida Hélio Prates, em Ceilândia, já estavam lotadas, com mais de 50 passageiros à espera de transporte, em meio ao mês com maior número de mortes desde o começo da pandemia.
De acordo com a infectologista, Ana Helena Germóglio, nesse período de alto contágio e de lotação dos hospitais, “é desumano reduzir o transporte público e obrigar as pessoas, que não tem outra alternativa, a ficarem em veículos superlotados, onde já se sabe do alto risco de contágio, se a gente tiver ali dentro um passageiro em fase de transmissão”.
“A paralisação pode até ser considerada legítima, mas o impacto sobre a vida das pessoas, que isso pode gerar, pode nunca ser recuperado. Uma vez que a gente tá falando de vidas que podem ser perdidas, em locais de alta contaminação”, afirma a médica.
Greve do metrô
Os metroviários alegam que, com o fim do acordo coletivo firmado no ano passado, a direção do metrô cortou o ticket alimentação. Eles temem o corte de outros benefícios, como o plano de saúde neste momento de pandemia. A categoria pede o restabelecimento do acordo que garanta esses benefícios.
Em nota, a direção do metrô lamentou a greve em meio à pandemia, “sem ao menos votar a última proposta pra o acordo coletivo apresentada pela companhia”, e disse que a “greve coloca em risco a saúde pública e o esforço do governo e da sociedade no combate aos efeitos da Covid-19”. (G1/DF)