Medida foi motivada por ação judicial movida pela Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF)
A Secretaria de Saúde (SES) formará uma força-tarefa para diminuir a fila de espera de pacientes que aguardam atendimento de especialista de pescoço e cabeça. A portaria que cria o grupo de trabalho foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta sexta-feira (31/3) e seus integrantes terão prazo de 30 dias para apresentar a “conclusão dos trabalhos”.
O atendimento desses pacientes no DF acontece no Hospital de Base. A força-tarefa contará com a participação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), que coordena a unidade de saúde. No patamar federal, o Hospital Universitário de Brasília (HUB) é a unidade responsável por tratar os doentes.
A Portaria nº 273 estabelece que o grupo de trabalho será formado por representantes das unidades orgânicas da SES.
Veja as unidades que compõem a força-tarefa:
- Secretaria Adjunta de Assistência à Saúde
- Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde
- Diretoria de Atenção à Saúde
- Secretaria Adjunta de Gestão à Saúde
- Coordenação de Atenção Especializada à Saúde
- Coordenação de Especial de Gestão de Contratos de Serviço de Saúde
- Coordenação de Atenção Secundária e Integração de Serviços
- Complexo Regulador de Saúde
- Assessoria Jurídico-Legislativa
- Gerência de Serviços Cirúrgicos
Segundo o Grupo Brasileiro Câncer de Cabeça e Pescoço, o médico-cirurgião de cabeça e pescoço é um especialista no diagnóstico e tratamento dos tumores benignos e malignos que acometem a região da face, como as fossas nasais, seios paranasais, boca, lábios, faringe, laringe, tireoide, glândulas salivares e paratireoide. A especialidade de cabeça e pescoço não trata das doenças cerebrais, essas de responsabilidade dos neurologistas.
A criação da força-tarefa acontece após ação judicial movida pela Defensoria Pública do DF (DPDF). Segundo o órgão, em outubro de 2021, a rede pública brasiliense enfrentava demanda reprimida de 1.083 consultas e 1.097 solicitações de cirurgia de cabeça e pescoço. “É uma das situações mais graves do DF. Porque a demanda reprimida dobrou em dois anos e aumenta mês a mês”, alertou do coordenador do Núcleo de Saúde da DPDF, Ramiro Sant’ana, à época.
Ainda segundo a Defensoria, os pacientes com classificação vermelha eram atendidos dentro dos prazos adequados, em pouco mais de um mês. Os demais não conseguiam tratamento no tempo certo. Pacientes amarelos aguardavam dois anos; verdes, por 4 anos e azuis, por até seis anos, considerando as filas para consulta e cirurgia.