Já apontado como sendo o país com maior taxa de contágio por coronavírus do mundo, o Brasil pode se tornar o novo epicentro mundial da pandemia de Covid-19.
Segundo uma pesquisa feita por três pesquisadores brasileiros, da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas, Universidade Estadual de São Paulo e Universidade de Oxford, a curva epidemiológica da doença segue o que vem acontecendo nos Estados Unidos, onde já morreram mais de 71 mil pessoas em decorrência da doença.
O estudo, que ainda não foi revisado por profissionais (passo importante para a publicação científica, quando o trabalho é avaliado por especialistas), prevê 64 mil óbitos por Covid-19 no Brasil até o dia 09/06. Os EUA foram atingidos pela epidemia antes do Brasil e, por isso, estariam muito à frente.
Porém, a situação brasileira pode ser ainda pior. Outro levantamento, feito por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), estima que o número de casos confirmados e óbitos é muito maior do que o divulgado pelo Ministério da Saúde. De acordo com os pesquisadores, no dia 05/05, quando o número oficial divulgado foi de 7.921 óbitos — o governo informou, nesta terça, que há, ainda, 1.579 mortes em análise –, o número real pode ser de 12.189.
Questionado sobre previsões baseadas em dados estatísticos e modelos epidemiológicos, o ministro da Saúde Nelson Teich afirmou, em mais de uma ocasião, não confiar em análises feitas a longo prazo. Segundo ele, a estimativa depende de quais números foram inseridos em um primeiro momento. O titular da pasta afirma que prefere pensar a curto prazo, e tomar decisões a partir de informações consolidadas.
Metrópoles*