FBI e Departamento de Justiça não realizaram comentários oficiais sobre operação até o momento
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou nesta segunda-feira, 8, que o FBI estava fazendo uma operação de busca e apreensão no seu resort privado em Palm Beach, na Flórida, conhecido como Mar-a-Lago. De acordo com fontes anônimas, a investigação está, em parte, ligada à investigação sobre caixas de arquivos confidenciais que o ex-presidente levou para a sua residência depois de ter sido da presidência.
Até o momento, o FBI e o Departamento de Justiça se recusaram a fazer comentários oficiais sobre a operação. A ação é profundamente incomum para um ex-presidente e representa um momento histórico da relação de Trump com o Departamento de Justiça, dentro e fora da Casa Branca. A relação é conturbada desde o início do mandato do republicano, quando ele demitiu, em 2017, o então diretor do FBI James Comey, que chefiava investigações sobre integrantes da campanha de Trump e a suposta ligação com a Rússia.
No comunicado, Trump afirma que a operação foi “sem aviso prévio” e afirmou que não era “necessário ou apropriado”. O ex-presidente ainda acusou, sem provas, os democratas de armar o “sistema de justiça” contra ele. “Depois de trabalhar e cooperar com as agências governamentais relevantes, este ataque não anunciado em minha casa não foi necessário ou apropriado”, declarou Trump em comunicado.
“Eles até invadiram o meu cofre!”, acrescentou. “Qual é a diferença entre isso e Watergate, onde agentes invadiram o Comitê Nacional Democrata? Aqui, ao contrário, os democratas invadiram a casa do 45º Presidente dos Estados Unidos.”
Trump é investigado pelo Departamento de Justiça sobre caixas de registros com informações confidenciais que foram carregadas para a sua residência na Flórida após o fim do seu mandato. A devolução do material foi solicitada pelos Arquivos Nacionais dos EUA durante meses, mas Trump só devolveu ao ser ameaçado de uma ação judicial para recuperá-las. Tratavam-se de 15 caixas.
O ex-presidente se tornou conhecido durante todo o mandato por rasgar material oficial, que deveria ser mantido para arquivos do governo.
Segundo New York Times, fontes ligadas à investigação afirmam que a operação desta segunda-feira foi, em parte, para descobrir se algum arquivo confidencial não havia retornado e permanecia na residência. Ela teria acontecido durante a manhã nos Estados Unidos, apesar do comunicado ter sido feito durante a tarde.
Entretanto, Ainda não está claro se a busca do FBI está somente relacionada a essa investigação. Além dela, Washington também investiga separadamente a participação de Trump para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020 e na invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
(ASSOCIATED PRESS, WASHINGTON POST, NEW YORK TIMES)