Atual governador foi surpresa em 2018 e deve tentar a reeleição; senadores e até um ex-secretário podem ser seus adversários
Um levantamento realizado pela CNN apontou quem são os pré-candidatos para o governo distrital e para o Senado no Distrito Federal.
Os partidos podem mudar as indicações até 5 de agosto, quando acaba o prazo para a escolha de candidatos e candidatas.
Os pré-candidatos ao governo distrital
O Distrito Federal passa pela avaliação do mandato de Ibaneis Rocha (MDB), atual governador, eleito em 2018.
O chefe do Executivo, que afirmou não ter escolhido quem será seu companheiro de chapa, já confirmou que vai concorrer à reeleição e deve enfrentar um cenário bem diferente do último pleito, quando aparecia com pouca intenção de voto nas pesquisas, mas cresceu e acabou se tornando governador sem nunca ter disputado uma eleição.
Ibaneis construiu uma carreira na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal e se lançou na política, conseguindo derrubar o então governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Agora, o atual governador enfrenta opositores.
Quem também está no páreo é o senador Izalci Lucas (PSDB), crítico de Ibaneis. Ele iniciou a carreira política em 2003, quando se tornou deputado distrital.
A senadora e ex-jogadora de vôlei Leila Barros (PDT), que se desfiliou recentemente do Cidadania, também quer ser candidata ao governo distrital. Com a confirmação de federação com o PSDB, Leila deixou sua antiga legenda justamente para não concorrer internamente com Izalci, que já está posto como candidato dos tucanos.
Mesmo se forem derrotados, Izalci e Leila continuarão como senadores, já que ainda estão na metade de seus mandatos.
Reguffe (União Brasil) é o senador que está em fim de mandato e pode entrar na disputa pelo comando do Palácio do Buriti.
Como provável representante de Jair Bolsonaro (PL) na disputa aparece o ministro da Justiça, Anderson Torres. Se for candidato, ele concorreria contra seu ex-chefe, Ibaneis, já que foi responsável pela pasta de Segurança Pública do Distrito Federal entre 2019 e 2021.
Formado em Direito, Anderson Torres se destacou como delegado da Polícia Federal e foi chefe de gabinete de Fernando Francischini (União Brasil-PR), deputado cassado por divulgação de fake news.
O PT ainda não definiu quem será o representante da sigla no pleito. Entre os pré-candidatos está a professora da rede pública Rosilene Corrêa. Com o apoio da ala feminina do partido, ela ocupa o cargo de diretora no Sindicato dos Professores do Distrito Federal.
Mas quem também quer estar no palanque do ex-presidente Lula como candidato é o ex-deputado distrital e federal Geraldo Magela. Ele chegou a disputar o governo em 2002, mas foi derrotado por menos de 1% de diferença.
Amigo pessoal de Lula, Magela está há alguns anos sem cargo público e essa pode ser a oportunidade de voltar ao cenário e conquistar o cargo que perdeu por 15 mil votos 20 anos atrás.
A centro-esquerda ainda tem outros dois nomes. O PV deve sair com Leandro Grass, deputado distrital e recém-filiado à sigla.
O outro candidato que busca representar a oposição é Rafael Parente, ex-secretário de Educação do DF. Com apoio do ex-governador Rodrigo Rollemberg, o educador é mais um que espera poder aglutinar apoio de partidos de esquerda.
O PSOL lançou em março a candidatura de Keka Bagno, conselheira tutelar que já disputou em 2018 como candidata a vice-governadora.
Pelo DC, o professor universitário Lucas Salles é mais um que já está com a chapa em formação.
João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, é o nome do PCdoB, partido que preside no DF. Ele foi candidato à Presidência em 2018 e é um dos fundadores do PDT, sigla pela qual foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul.
Os pré-candidatos ao Senado
Apesar de trabalhar para ser governador, Reguffe (União Brasil) ainda tem a possibilidade de disputar a reeleição ao Senado. Se ele não concorrer, quem busca estar ao lado do político no pleito é Paulo Roque, pré-candidato pelo Novo, especialista em Direito do Consumidor, e candidato derrotado ao Senado em 2018.
A ex-ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), deixou o cargo e deve compor a chapa de Ibaneis Rocha. Ela é deputada federal e foi apresentadora de programas televisivos. Formada em Direito, foi a deputada mais votada na disputa à Câmara em 2018 no DF.
Recém-filiada ao Republicanos, Damares Alves saiu do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e também pode ser candidata ao Senado.
O PT deve lançar Érika Kokay. Deputada federal desde 2011, ela pode ser a representante da esquerda na disputa, principalmente em contraponto a Flávia Arruda. Em 2018, ela foi a segunda deputada mais votada do DF à Câmara dos Deputados.
O dono da União Química e fabricante da vacina Sputnik V no Brasil é mais um nome não oficial, mas cotado para a corrida ao Senado. Fernando Marquesfoi o candidato mais rico do país nas eleições de 2018 e recentemente se filiou ao Progressistas ao lado do ex-governador Rogério Rosso.
A cientista política e professora Ana Prestes, neta de Luiz Carlos Prestes, anunciou que será candidata pelo PCdoB. Ex-secretária de Educação em Contagem, em Minas Gerais, ela chegou a disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2018, mas não obteve sucesso.
O primeiro turno da eleição de 2022 está marcado para acontecer no primeiro domingo de outubro, dia 2. E, caso seja necessário, o segundo turno será realizado no dia 30 do mesmo mês.
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto pela TV e por nossas plataformas digitais.
* Com informações de Luana Franzão, da CNN, em São Paulo