*Frutuoso Chaves
Como e por que foi essa data instituída? Pois bem, conta-se que tudo surgiu, em 1882, por causa do italiano Enrique Porchelo, um cara acostumado a beijar qualquer mulher que encontrasse pela frente, na vila onde vivia.
O vigário local, interessado em medir a extensão do pecado, teria oferecido, em 13 de abril, um prêmio em moedas de ouro àquela que não houvesse sido beijada pelo moço. Diz a história que o velho padre morreu sem gastar um vintém desse dinheiro.
A data – no que pese propósito melhor e bem mais proveitoso – tem servido para listagens sucessivas dos beijos mais comentados e aguardados da história do cinema. Alguns esperadíssimos, como aquele trocado entre Humphey Bogart e Ingrid Bergman, no antológico “Casa Blanca”.
Críticos da matéria têm, nesta data, publicado suas escolhas nos cadernos de amenidades de revistas e jornais, ano após ano. Não menos, aos milhares, as almas apaixonadas que habitam corações e mentes de todas as idades, neste caso, com uso das redes sociais que a Internet a todos dispõe. E cada um, a seu tempo, difunde suas preferências.
Falo, agora, aos mais adentrados e aos amantes do cinema em geral. Certos beijos – “Casa Blanca” à parte – têm presença cativa em todas as listas. É o caso daquele que Clarck Gable tascou em Vivien Leigh, em “E o vento levou”. Lembram não? Pois bem, Scarlet O’Hara (encarnada por Vivien) recebeu uma prensa de Rhett Butler (Gable) em pleno velório do marido.
Em “Bonequinha de Luxo”, Holly (Audrey Hepburn) se rende aos encantos de Paul Varjac (George Peppard) quando procurava o gato perdido numa noite chuvosa, em Nova York. Beijo para lascar.
Sim, os fantasmas também tascam os seus, porque, vivo ou morto, ninguém é de ferro. Perguntem a Sam (Patrick Swayze) ou a Molly (Demi Moore), o casal de “Ghost”.
“Eu sou o Rei do Mundo”, gritava Jack (Leonardo DiCaprio) antes de pegar Rose (Kate Winslet) na proa do Titanic. Já Leonard Whiting cravou um beijaço na bela Olivia Hussey e entrou para a história do cinema. Ele Romeu e ela Julieta.
Não dá para ignorar, em deferência ao 13 de abril, o chamego entre Hennis del Mar (Heath Ledger) e Jake Gyllenhaal (Jack Twist), os dois cowboys que se atracaram em “Brokeback Moutain”. Costumo respeitar o gosto alheio, mesmo quando o sujeito está com a macaca, como assim esteve Charlton Heston. Lembram?
Como sou de outro tempo e outros modos, acresço por conta própria meu beijo cinematográfico preferido: aquele trocado, com todas as ardências, entre Nola (Scarlett Johnson) e Chris (Jonathan Rhys Meyer) em “Ponto Final”, sob chuva e trovoada. Não foi assim, Woody Allen?
*Jornalista profissional com passagens pelos jornais paraibanos A União (Redator e Chefe de Reportagem), Correio (Redator e Editor de Economia), Jornal da Paraíba (Editorialista), O Norte (Editor Geral), O Globo do Rio de Janeiro e Jornal do Commercio do Recife (correspondente na Paraíba, em ambos os casos). Também pelas Revistas A Carta (editada em João Pessoa) e Algomais (no Recife).