*Frutuoso Chaves
Entendemos – eu e os meus insignificantes botões – que a mulher é o ser mais próximo de Deus. A exemplo do Criador, ela também põe no mundo criaturas, à sua própria semelhança e de cujos cuidados se encarrega, a partir daí, sem esmorecimento, dia e noite.
No mundo dito moderno, as mulheres ainda encontram tempo para governar, legislar, conduzir empresas, pilotar aviões, atuar nos muitos campos da ciência e da tecnologia.
No mais das vezes, assim o fazem sem a paridade social, política e econômica, aquela reconhecida (por assim dizer) no tratado que a ONU celebrou em 1945, depois de mais de meio século de lutas e protestos.
O que vem à mente, quando se fala do 8 de Março, é a história do incêndio da fábrica de tecidos que, em 1911, carbonizou 130 operárias, embora haja isso ocorrido no dia 25 subsequente..
Mas os protestos femininos (os primeiros contra a jornada inumana e diária de 15 horas de trabalho) aconteceram, ainda, em fins do Século 19, ao que nos indicam sucessivas leituras. Diz-se que o 8 de março, oficializado em 1921, é data inspirada na marcha de 90 mil mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, fato ocorrido quatro anos antes dessa manifestação, no transcurso da 1ª Guerra Mundial.
Em pleno Século 21, elas ainda tropeçam na injustiça e no preconceito. Li, há pouco, sem guardar a fonte da informação na memória que em mim se esvai com o transcurso dos anos, pesquisa comparativa dos salários pagos nos Estados Unidos. Os pretos e as mulheres detêm os mais baixos. Não será diferente, por certo, no restante do mundo.
A todas, o meu mais profundo reconhecimento e a súplica pelo perdão por todas as vezes que um Adão qualquer se queixe da perda de uma costela.
Feliz 8 de Março
*Jornalista profissional com passagens pelos jornais paraibanos A União (Redator e Chefe de Reportagem), Correio (Redator e Editor de Economia), Jornal da Paraíba (Editorialista), O Norte (Editor Geral), O Globo do Rio de Janeiro e Jornal do Commercio do Recife (correspondente na Paraíba, em ambos os casos). Também pelas Revistas A Carta (editada em João Pessoa) e Algomais (no Recife).