Miguel Lucena, pai, um anjo que salvou 11 crianças das garras da usura
“Talvez você não lembre de mim, pois na nossa época de Princesa, quando moravas ainda com teus pais, vizinho a casa de Luiz Antas, eu morava na casa paroquial.
Sou lá do sítio Espinheiro.
O meu pai – Alonso – foi por diversas vezes ajudado pelo seu Miguel e posteriormente por Nininha, nas questões quanto a aposentadoria e outros.
A minha família tem uma dívida impagável aos Lucena.
Houve um período na década de 70 que o senhor Miguel, seu pai, foi como um Anjo vindo do Céu; assim dizia minha mãe.
Acontece que eles tinham ganhado um sítio de presente, de um senhor para quem trabalhavam, e este senhor poucos dias depois veio a falecer.
Chamava-se Luiz José Leite, para quem o meu pai trabalhou por muitos anos.
Este seu Luiz José era muito amigo do sr. Antônio Carlos. E em um bate papo entre dois, encontrava-se o sr. Miguel, que pode ouvir a informação de que o sr. Luiz José havia doado aquele pedaço de terra para o seu fiel escudeiro, Alonso, meu pai.
Quando das discussões sobre a herança deixada por aquele senhor, alguém se prontificou a expulsar Alonso com esposa e aquela renca de filhos – 11 até aquele momento.
E não lhes conceder o direito a terra recebida do patrão, uma vez que ainda não dado tempo de providenciar a escritura, apenas palavras…
Foi aí que apareceu…
Assim a mãe dizia.
O sr. Miguel, em parceria com Antônio Carlos, homens benquistos, honrados, fizeram da sua palavra um documento e afastaram a todos que pretendiam tomar aquele pedaço de terra.
Meu pai enquanto estava vivo, todos os dias, rezava pela alma do seu Miguel e Antônio Carlos.
Ele nos ensinou que tem dividas que um homem não as paga.
Que é passado “de pai pá fie”
Sendo assim, que Deus te dê livramento na sua caminhada.
É uma história longa pra ser contada através de mensagem.
Espero um dia poder relatar o milagre que foi que foi a minha família ter conhecido aquele homem.
Simples, sério, honrado…
Um homem, que sua palavra valia ouro.
Tenho certeza, que esta foi a maior herança que seus filhos receberam – serem reconhecidos como filhos de Miguel Lucena.”
Luís de Souza Baião