Arnaldo Niskier, da Academia Brasileira de Letras.
Foi uma alegria muito grande o reencontro profissional com a jornalista Márcia Peltier. No seu Instagram ela fez uma entrevista comigo, a que simpaticamente deu o nome de “papo imortal”. Foram 50 minutos falando sobre educação e cultura.
Eram muitos assuntos, mas não deixei de adotar um tom crítico, pois notoriamente estamos muito defasados quando se trata de desenvolvimento científico e tecnológico. Veja-se, por exemplo, as carências existentes quando se trata de uso da internet. Defendi melhores salários para os professores e lembrei que foi a minha primeira preocupação quando exercia o cargo de secretário de estado de educação e cultura do Rio de Janeiro (79-83). Com pleno apoio do governador Chagas Freitas consegui dar aumentos de até 1.000% a qualidade da educação deu um salto positivo.
Márcia, depois, perguntou pela intrincada questão da educação especial. Revelei ser contrário à decisão do atual MEC. Separando turmas ditas normais e outras especiais. Tudo deve ser resolvido nas mesmas classes, com o empenho redobrado dos m
Em seguida, a minha interlocutora disse, com propriedade, que a cultura é uma importante medida de valor, pois ela é a nossa identidade como povo, reflete usos e costumes e levanta questões éticas e morais. Márcia queria saber como ficará a educação pós-pandemia. E perguntou: o ensino híbrido veio para ficar? Como combater a evasão escolar?
Levantei a questão da educação no novo normal com que deveremos nos deparar. Essa é uma realidade do futuro, após os tempos da Covid. Deveremos estar preparados para isso, especialmente os nossos dedicados professores. Não teremos como fugir da adoção futura do ensino híbrido.
Estamos vivendo uma época de muitas frustrações na educação. Há uma assinalada evasão e isso deve ser evitado, com a renovação do entusiasmo no espírito dos nossos estudantes, especialmente os de ensino médio, onde se prevê uma grande renovação.Há novas profissões sendo anunciadas e isso exige um preparo amplamente qualificado. Estaremos à altura?