O suspeito já foi preso, no início deste mês, após esfaquear um desafeto dentro de uma loja na comercial da 415 Sul
Disfarçado de morador de rua, um traficante que movimenta o tráfico de drogas na Asa Sul passou a ameaçar moradores e comerciantes da quadra 415 Sul. Com cabelo cortado e barba feita, o suspeito se mistura aos sem-teto e simula dormir em barracas para repassar pedras de crack aos usuários. De acordo com as investigações policiais, ele tem casa própria.
Ele é apontado como o principal controlador do tráfico na região se intitula “dono da quadra”, segundo alguns moradores que já foram intimidados pelo falso pedinte. O bandido já foi preso, no início deste mês, após esfaquear um desafeto dentro de uma loja na comercial. Na ocasião, o criminoso acabou ganhando a liberdade por decisão da Justiça apenas dois dias depois.
Segundo uma residente da quadra ouvida pelo Metrópoles, o falso morador de rua aborda mulheres que descem com crianças para tomar sol ou fazer compra. “Ficamos reféns dentro de casa, pois esse traficante exige dinheiro de quem passa e chega a ameaçar quem se recusa dar qualquer quantia. Já fui cercada dentro de uma padaria e meu filho começou a chorar”, disse.
Assédio e intimidação
De acordo com a moradora ouvida pela reportagem, o traficante aborda funcionárias de lojas e mulheres mais jovens para assediá-las e intimidar as pessoas que tentam afastá-lo do local. “Ele e outros integrantes deste grupo são intimidadores. Assediam, xingam ou ameaçam de agressão quem tenta se impor. O resultado mais recente dessa violência foi uma briga com facadas onde um desafeto desse traficante foi atingido por vários golpes”, afirmou.
O delegado-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Marcelo Portela, explicou que a inteligência da unidade atua no local. “Nossa Seção de Repressão às Drogas (SRD) é acionada quase diariamente e costuma agir quando há tráfico na região, apreendendo drogas e prendendo os suspeitos. Em virtude da vulnerabilidade, existem traficantes que usam, inclusive, fraldas de crianças para esconder pedras de crack”, disse.
A PCDF passou a enfrentar mais dificuldades para abordar, realizar prisões em flagrante e combater o tráfico de drogas varejista após o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) expedir, em 15 de julho, recomendação orientando que “as abordagens policiais e buscas e apreensões pessoais devem ser motivadas por critérios objetivos, não sendo considerada fundada suspeita para justificar as diligências as intuições ou outras considerações subjetivas do agente público responsável por ela”. (Metrópoles)