Decisão foi tomada durante audiência de custódia, nesta sexta-feira (19). Grupo foi preso na quinta-feira (18) e responde por tráfico internacional de drogas.
A Justiça Militar decidiu, nesta sexta-feira (19) manter presos os três militares e uma mulher suspeitos de participar do esquema que transportou 39 kg de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), do Brasil para a Espanha, em 2019. A prisão é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
A decisão pela manutenção da prisão foi tomada durante audiência de custódia. Entre os presos estão o tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan, o sargento Márcio Gonçalves de Almeida e o sargento Jorge Luis da Cruz Silva, investigados por tráfico internacional de drogas.
O G1 tenta contato com a defesa dos investigados.
As prisões ocorrem quase dois anos depois que o sargento Manoel Silva Rodrigues foi flagrado viajando para a Sevilha, na Espanha, com 39 kg de cocaína na bagagem. Ele ia em um dos voos da comitiva que levava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a um encontro do G20, no Japão. O presidente não estava no mesmo avião.
O brasileiro afirmou que sua missão era levar a droga até a Europa e voltar. Ao sair do aeroporto, ele iria para um centro comercial, onde aguardaria uma pessoa que daria um sinal. Ele foi condenado a seis anos de prisão, pela Justiça espanhola.
Na operação desta quinta-feira, a esposa do militar, Wikelaine Nonato Rodrigues, também foi detida. Na audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, a decisão da Justiça também foi em mantê-la presa.
Operação Quinta Coluna
A última investida contra o esquema ocorreu em 2 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Quinta Coluna. Os agentes cumpriram 15 mandados de busca e apreensão e duas medidas cautelares que impedem investigados de deixar a capital.
A esposa de Rodrigues também foi alvo nessa fase da operação. Segundo a investigação, ela desapareceu com R$ 40 mil e um celular que o sargento usava para se comunicar com o grupo criminoso. A polícia já havia pedido a prisão da mulher, porém, foi negado pela Justiça.
O outro sargento investigado, Jorge Luis, é suspeito de contratar “mulas” para o esquema. Ele era funcionário do gabinete da vice-governadoria do Distrito Federal.
Por meio da quebra de sigilos telefônicos, os investigadores identificaram que os sargentos se encontraram e trocaram mensagens às vésperas de duas viagens de Rodrigues. Foi descoberto também que Jorge trocou de celular logo após a prisão do colega.
Em nota, a FAB disse que os três militares estão sob custódia da Aeronáutica e à disposição da Justiça, “aguardando a conclusão dos procedimentos instaurados”.
“A Força Aérea Brasileira reitera que atua para coibir irregularidades e que repudia condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional”, informou a FAB .