Levantamento da XP Investimentos mostra que mulheres representam 26,4% daqueles que aplicam na B3 em Brasília. Porcentagem está acima da média nacional, de 23,9%.
![Imagem do interior da B3, Bolsa de Valores de SP — Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo](https://s2.glbimg.com/DD1oXbmLGS1yph4M_AGJvZu-4K8=/0x0:1700x1065/984x0/smart/filters:strip_icc()/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2019/05/09/bolsa-bovespa.jpg)
O Distrito Federal é a unidade da federação com o maior número de mulheres que investem na Bolsa de Valores brasileira, a B3, em relação ao total geral de investidores. Segundo o Relatório XP Monitor, elas representam 26,4% daqueles que aplicam na B3, em Brasília.
A porcentagem está acima da média nacional, de 23,9%. De acordo com o levantamento, em junho, o número de investidoras, em todo o pais, alcançou a marca de 1,2 milhão. Apesar da presença feminina estar longe da masculina, o crescimento entre 2020 e o mês passado é de 46,1%.
Perfil conservador
![Vista do painel de investimentos da Bolsa do Valores, B3, de São Paulo — Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO](https://s2.glbimg.com/t0dm0XjiJ2xd-psUlSLbok19FaM=/0x0:3000x2000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/7/F/7WhujKRAqRGPzNCr86Ag/fup20210909369.jpg)
Para Vanessa Thomé, líder regional da XP no Centro-Oeste, o crescimento no número de mulheres que investem na Bolsa de Valores aumenta conforme as oportunidades conferidas a elas.
“A participação das mulheres em todos os espaços da sociedade vem crescendo e há uma série de ampliação nos direitos das mulheres. Mas, apesar dessa evolução, ainda há consequências estruturais que podem ser sentidas até hoje, diz.
William Bagdhassarian, professor de economia do Ibmec Brasília, aponta que a diferença na proporção de participação de homens e mulheres na B3 pode estar relacionada à estrutura da sociedade brasileira.
“De uma forma geral, as mulheres têm uma tolerância a risco menor e um perfil mais conservador, relacionado ao fato de muitas mulheres cuidarem da casa sozinhas e ter uma renda menor que a dos homens”, diz Bagdhassarian.
Em 2021, no Distrito Federal, enquanto as mulheres ganhavam, em média, R$ 3.264, a remuneração dos homens era de R$ 4.300. Os dados são do Boletim da Mulher no Mercado de Trabalho do DF, divulgado pela Codeplan e Dieese, em março passado.
Por outro lado, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (22), aponta que 49,8% dos lares da capital federal são chefiados por mulheres.
Começando a investir
O professor de economia William Bagdhassarian acredita que a mudança no cenário de participação de homens e mulheres passa pela educação.
“A grande questão está na formação, em esclarecer como funciona o mercado de ações”, diz o professor.
A dica vale também para aqueles que querem começar a investir na Bolsa de Valores. Na teoria, não há um valor mínimo para começar a investir. No entanto, é preciso estar atento à taxa de corretagem (veja mais detalhes abaixo).
“Se você tem R$ 50 e a taxa é R$ 15, o investidor já começa muito atrás. Nessa caso, investir R$ 5 ou R$ 10 também não vale a pena”, diz o economista.
Passo a passo de como investir na Bolsa
- Abrir conta em uma corretora
No Brasil, existem várias opções de corretoras que oferecem contas a quem quer realizar investimentos no país. Bagdhassarian aponta que a melhor escolha é a empresa que oferece a menor taxa de corretagem.
A taxa é o custo pela negociação de ativos financeiros ou por sua fração. Assim, o valor investido não sofre um grande impacto no momento do investimento.
- Entender o perfil do investidor
Outro ponto importante é definir o que se pretende ganhar com os investimentos e o risco que se pretende correr.
“Inicialmente, é preciso estabelecer os objetivos pessoais em relação aos investimentos, e analisar e definir o valor que será investido e o período”, diz Vanessa Thomé.
Para ajudar nessa definição, as corretoras costumam oferecer o teste de perfil do investidor.
- Analisar e determinar o valor a ser investido e o período
Segundo Vanessa Thomé, “é importante ter cautela e avaliar a conjuntura nacional e mundial, com atenção a movimentos econômicos, como a inflação, e outros contextos, como um cenário de guerra, por exemplo”.
A partir dessa avaliação, o investidor pode escolher os investimentos e montar a carteira ideal, pensando no prazo e retorno desejado. O professor William Bagdhassarian destaca que, se for difícil tomar essas decisões, é importante buscar a ajuda de um profissional.
- Ficar atento aos investimentos
No entanto, Bagdhassarian alerta que é preciso ter tempo para investir.
“A pessoa conhece do assunto, mas não consegue olhar para o mercado o tempo todo. Então, acaba vendendo na hora errada e comprando na hora errada”, diz .Bagdhassarian.
Nos casos em que o acompanhamento for difícil para o investidor, o professor também indica que um profissional da área seja acionado.
Perfil do investidor brasileiro
De acordo com o relatório, a Bolsa de Valores brasileira tinha mais de 5,1 milhões de investidores pessoa física em maio deste ano. Em relação a abril, 49.654 novos investidores se cadastraram na B3.
A maioria dos investidores está na faixa etária dos 26 a 35 anos. São cerca de 1,7 milhão de contas ativas, que representam 33,4% de CPFs cadastrados.
Em seguida, vem a faixa entre 36 a 45 anos, com 1,4 milhão de contas, equivalente a 28,1%, de acordo com o levantamento realizado pela XP Investimentos.