De janeiro a setembro de 2021, o saldo positivo acumulado atingiu US$ 56,433 bilhões. O valor é o maior da série histórica para o período.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,322 bilhões em setembro de 2021, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia nesta sexta-feira (1).
O superávit ocorre quando as exportações superam as importações – ou seja, o saldo fica positivo. Entretanto, quando as importações superam as exportações, registra-se déficit comercial.
Na média diária, o saldo positivo é 15% menor ao registrado em setembro do ano passado. Naquele mês, em 2020, o superávit chegou a US$ 5,1 bilhões.
Em 2021, as exportações atingiram US$ 24,284 bilhões em setembro. Já as importações chegaram a US$ 19,962 bilhões no mês.
Na média diária, em comparação com setembro de 2020, as exportações cresceram 33,3% e as importações tiveram aumento de 51,9%.
De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, o recorde foi impulsionado principalmente pela indústria extrativa e pela indústria de transformação.
“As exportações foram impulsionadas pela indústria extrativa, que vem crescendo significativamente ao longo do ano e aumentou 41,1% no comparativo com setembro de 2020, e também pela indústria de transformação, que teve 36,2% de crescimento”, disse Brandão.
Janeiro a setembro
De janeiro a setembro, o superávit acumulado somou US$ 56,433 bilhões,de acordo com o Ministério da Economia.
O valor é recorde da série histórica, iniciada em 1989, para o período dos nove primeiros meses do ano.
De janeiro a setembro de 2021, as exportações somaram US$ 213,223 bilhões. As importações, por outro lado, chegaram a US$ 156,79 bilhões.
Superávit de US$ 70,9 bilhões
Com o fim do terceiro trimestre do ano, o Ministério da Economia revisou a projeção de superávit da balança comercial para US$ 70,9 bilhões em 2021.
Se confirmado, o valor será 40,7% maior que o resultado positivo observado em 2020, de US$ 50,9 bilhões.
A projeção divulgada nesta sexta-feira (1º) é inferior à estimativa de julho. Naquele mês, o ministério previa que o ano de 2021 terminaria com superávit deUS$ 105,3 bilhões.
O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior explicou que a projeção de superávit caiu em relação aos números divulgados em julho porque houve uma desaceleração nos preços dos produtos exportados pelo Brasil e aumento na demanda por combustíveis importados de fora do país.
“[Em julho] estávamos no auge do crescimento dos preços, com recuperação da demanda mundial muito forte. Recorde de minério de ferro, combustível em alta, demanda por alimentos”, exemplificou.
“Agora observamos preços para exportação menos aquecidos e os preços dos bens importados crescentes, com a demanda interna aquecida principalmente por commodities energéticas, como gás natural e óleos combustíveis”, afirmou Herlon Brandão.
De acordo com a nova projeção, no final de 2021 as exportações devem atingir US$ 281 bilhões e as importações, US$ 210,1 bilhões.
Os valores para exportações e importações, se confirmados, representarão alta de 34,3% e 32,3% na comparação com os resultados de 2020.
Segundo o subsecretário, a importação de combustíveis deve continuar em alta enquanto o Brasil continuar acionando as usinas termelétricas para compensar a crise hídrica.
A partir de setembro, as contas de luz vêm recebendo uma cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100 kWhconsumidos devido à entrada em vigor da bandeira tarifária de escassez hídrica, anunciada pelo governo no início do mês.
O aumento no preço da energia elétrica se deve ao acionamento das usinas termelétricas, a fim de poupar os reservatórios das usinas hidrelétricas no país. A previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é que a bandeira de escassez hídrica permaneça em vigor até abril de 2022.