Auditor do TCU Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques presta depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (17/8)
O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques depõe, na manhã desta terça-feira (17/8), em sessão da CPI da Covid-19 e afirmou que nunca apontou uma supernotificação de mortes por Covid-19. O servidor afastado do órgão é apontado como autor de “estudo paralelo” que apontava suposto superdimensionamento do número de vítimas do novo coronavírus no país.
Segundo ele, os dados sobre óbitos na pandemia foram levantados para “discutir eventuais inconsistências de notificação. “Em um cenário no qual não havia previsão orçamentaria de recursos para comabte à pandemia, comecei a pensar que seria bom discutir se eventuais inconsistências de notificação poderiam causar uma distribuição dos recursos federais sem equidade e sem proporcionalidade às reais necessidade de cada ente subnacional”, explicou.
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O levantamento foi levado aos colegas do TCU. “Concordamos que seria impossível haver um conluio para, deliberadamente, supernotificar os casos de óbitos de Covid-19”, afirmou.
Alexandre acrescentou que o documento não era oficial e foi enviado ao pai dele, que repassou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele defendeu que o conteúdo foi usado de maneira indevida pelo mandatário do país. “Sim, [foi usado] indevidamente pelo fato de se atribuir ao Tribunal de Contas da União um arquivo de duas páginas, não conclusivo, e que não era um documento oficial do tribunal”, disse.
O documento, sem embasamento, foi usado pelo presidente Jair Bolsonaro para questionar e colocar em dúvida o número de mortos pela Covid-19 em solo nacional desde o início da pandemia.
Alexandre Marques é filho do coronel da reserva Ricardo Silva Marques, colega de turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e que foi indicado a uma diretoria na Petrobras. O auditor revelou que enviou o arquivo do relatório, via WhatsApp, ao pai, que teria repassado o levantamento ao presidente.
Em depoimento, prestado à corregedoria do TCU no dia 28 de julho, o auditor disse acreditar que o documento foi editado, possivelmente quando chegou à Presidência da República. Segundo ele, o documento usado por Bolsonaro e elaborado por ele tratava-se de um arquivo em Word, sem identidade visual, logomarcas, datas ou assinatura do tribunal.