Só este ano, unidades públicas registraram mais de 245 mil atendimentos no DF; Adolescentro e Centro de Orientação Médico Psicopedagógica já começam a receber nova estrutura
Em 2023, as unidades públicas desaúde mental realizaram mais de 245 mil atendimentos em todo o Distrito Federal. Para ampliar ainda mais o acesso a esses serviços, a rede passa por melhorias.
No Adolescentro, as salas de recepção e de arquivo estão sendo reorganizadas, para abrigar mais uma sala de assistência. Já o Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica (Compp) estruturou um novo espaço para atendimento em grupos. Com a mudança, a unidade pretende duplicar o número de acolhimentos semanais a novas crianças e adolescentes.
Ansiedade, depressão e transtornos de identidade de gênero e alimentar estão entre as principais demandas
De janeiro a agosto deste ano, as equipes do Compp e do Adolescentro prestaram, juntas, mais de 65 mil atendimentos. No mesmo período, considerando assistência individual, coletiva e ações de promoção à saúde, o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) da Asa Norte atendeu 21 mil pessoas.
Entram ainda nesse total conta as atuações de todas as unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps)e outras três do Capsi, localizadas em Sobradinho, Recanto das Emas e Taguatinga. Essas últimas unidades acolhem crianças e adolescentes que apresentam sofrimento mental grave e persistente, incluindo casos de uso abusivo de álcool e outras drogas. Entre as principais demandas recebidas, estão transtornos de identidade de gênero e alimentar, ansiedade, depressão, violência e déficit intelectual.
Acesso
Na rede da Secretaria de Saúde do DF (SES), os cuidados infantojuvenis de saúde mental contam com três níveis de atendimento. O primário é oferecido nas unidades básicas de saúde (UBSs). Os casos que necessitam de atenção secundária, isto é, problemas de saúde mental moderados, entram na regulação para o atendimento multiprofissional em centros especializados, como o Adolescentro e o Compp.
Nos Capsis, o acolhimento é diferente e pode ocorrer por meio de demanda espontânea (procura direta do usuário) ou por encaminhamento da rede de saúde ou da intersetorial (educação, assistência social, justiça). Para o primeiro atendimento no centro psicossocial, é indicado que o paciente esteja acompanhado de familiar ou do responsável legal.
Atividades
As reuniões em grupos realizadas no Compp fazem parte da proposta terapêutica do local e incluem resultados efetivos, reconhecidos pelos profissionais e pelas famílias que participam da experiência.
“Os grupos oferecem orientações sobre o neurodesenvolvimento na infância e na adolescência; são muito produtivos”, analisa a nutricionista da SES Cláudia Carvalho, que levou ao Compp o conhecimento adquirido durante a atuação no Centro de Referência Interdisciplinar em Síndrome de Down (CrisDown).
Atendimento multiprofissional
A assistência oferecida no Compp está voltada a casos moderados em saúde mental e conta uma equipe multiprofissional. Dessa forma, as famílias possuem apoio integral, com várias especialidades que se aliam para solucionar as demandas de cada criança ou adolescente.
O filho de 4 anos do casal Erika Furtado, 28, e Frederico Silva, 32, foi avaliado primeiro na UBS e, em seguida, encaminhado ao Compp. “Está sendo ótimo receber orientações”, afirma a mãe. “Os profissionais analisam o caso do meu filho e sabem como agir. Com certeza estamos aprendendo a lidar melhor com ele. É a primeira vez que temos a atenção de uma equipe com várias especialidades. Dá para ver que o pessoal sabe lidar com as crianças. O Lucian se sente muito bem aqui, fica à vontade”.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF