Quem já atuou na esquerda sente mais forte a pressão. Nos últimos meses, os arrogantes companheiros mudaram o tom e passaram a fazer apelos dramáticos em nome da democracia e contra o nazifascismo supostamente identificado por eles em Jair Bolsonaro.
Aproveitam-se de manifestações toscas de Bolsonaro, como o elogio feito a Brilhante Ustra, para colocar Fernando Haddad como representante do bem.
Rompi com o pensamento de esquerda quando percebi que a democracia era, para os esquerdistas, apenas um meio de tomada do poder.
O fato de Bolsonaro elogiar o regime militar é usado pela esquerda como argumento para convencer a militância de que se trava, neste momento, uma luta de vida e morte entre ditadura e democracia, quando petistas e aliados escarraram o quanto puderam nas liberdades democráticas, usando-as para roubar e corromper.
Não há espaços para ditadura no Brasil, o Exército atua com profissionalismo e está a serviço da Pátria. A esquerda não defende a democracia com sinceridade, na medida em que elogia ditaduras sanguinárias, como Venezuela, Nicarágua e Cuba, que matam em larga escala, sem dó nem piedade. Matam de bala e fome, 8 mil na Venezuela e quase 500 na Nicarágua, em um ano, quando a ditadura brasileira matou 300 em 21 anos, alguns deles em combate e guerra de guerrilhas.
Eu sou contra qualquer ditadura, inclusive a ditadura ideológica a que o PT e aliados querem nos submeter, após enganar e trair toda uma geração, jogando no monturo princípios éticos, saqueando a Nação e assassinando sonhos.
*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.