As Forcas Armadas (FA) são o “
Ultima Ratio Regis” , o último argumento dos reis.
Um dos instrumentos singulares dos Estados
nacionais, aquelas que transcendem , em magnitude e amplitude os governos temporários.
Aquelas entidades para serem empregadas quando não existirem mais argumentos dentro da dialética para solução negociada de situações graves, que ameacem ao Estado.
Sendo propositadamente repetivo.
Não me parece que estejam esgotados todos os recursos institucionais para que se resolva a crise, no segmento político, instalada no Brasil.
As FA são o segmento, talvez o mais forte por portar as Armas Nacionais, mas ainda assim, uma das Instituições nacionais e aquela que mais deve se aferrar a Lei.
Intervir no sistema político brasileiro em nome de uma parte da sociedade, de dimensão não majoritária , que aceitou , anteriormente, as regras previstas no ordenamento jurídico nacional, não me parece adequado e oportuno.
Jogar no peito dos militares, mais especialmente de seus chefes – decisores , o encargo de aplicar a Força cuja destinação legal é outra, me parece obra de raciocínio egoísta e distorcido, incoerente com a busca pela solução pacífica das contendas políticas.
Será que as pessoas que invocam tais ações de aplicação do último argumento dos reis, estes aqui simbolizados pela parcela maior da sociedade democratica, imaginam o previsível custo traumático dessa ação?
Será que pensam nos efeitos, consequências e repercussões internos e externos (inclusive de cunho econômico), disso?
Será que imaginam o como isso deve ser feito, os danos colaterais, os custos para o futuro, inclusive para a imagem do Brasil diante de um mundo que já não aceita ações dessa magnitude?
Será que não estarão, as FA, imiscuindo – se nas lides de governo?
Será que o exemplo da guerra causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia não é suficiente para demonstrar para que servem as FA , devendo estar preparadas para esse desiderato, de forma coerente com as ameaças transnacionais identificadas ?
As Forças estão unidas.
O cimento que as une, entre si e internamente, são a obediência a Lei e aos Poderes constituídos, materializados na hierarquia e na disciplina.
É com essa visão que devem decidir aqueles que detém o poder de Comando das Forças Armadas.
Os Veteranos e outras pessoas que acreditam que seja possível transferir seu papel de cidadãos aos militares, avalio, devem , buscar nos meandros da sã Política a participação que julguem oportuna, adequada e legal para defender os valores e princípios nacionais, sem abdicar do livre e legítimo direito de expressão, como eu faço neste texto.
As FA devem continuar, vislumbro, sendo o Ultima Ratio Populus, quando a Nação se ver ameaçada em todo seu espectro de Estado.
Julgo que este momento ainda não se apresentou.
A História não deve ser julgada no presente.
Que os políticos encontrem a luz no fim do túnel, se é que o Brasil está em um túnel.
Marco Antonio dos Santos
Cel Art QEMA Veterano