Miguel Lucena
“Tomem este caminho e subam a montanha, e vejam qual é a terra e o povo que nela habita, se forte ou fraco, se são poucos ou muitos, e vejam o lugar onde eles vivem, se é bom o mau, e em que cidades eles moram, se fortificadas ou não, e como é a terra, se acidentada ou plana, se há florestas ou não.”
(MOISÉS, Livro do Êxodo, Velho Testamento).
A missão em epígrafe foi dada por Moisés a 12 agentes, no ano de 1250 a.C., após livrar o povo hebreu da escravidão no Egito. Objetivava, com a obtenção desses conhecimentos, traçar a estratégia de conquista da Terra Prometida.
Com efeito, não há como pensar estratégia sem informação correta, interpretada, transformada em conhecimento, sob pena de fracasso da missão e, por conseguinte, não consecução do objetivo almejado.
Os agentes de Moisés executaram uma típica ordem de busca dentro de uma ação de Inteligência, conceituada como um “processo informacional proativo que conduz à melhor tomada de decisão, seja ela estratégica ou operacional” (DATE). A Inteligência visa à produção de conhecimentos para assessorar o processo decisório nos campos governamental e privado.
disse: ‘Agora, não’. Só após os tambores terem tocado pela terceira vez, deu ele ordem de ataque. Então, combateram e os homens de Ch’i foram totalmente derrotados. Perguntado mais tarde pelo duque sobre a razão de sua demora, Ts’ao Kuei respondeu: ‘No combate, um espírito corajoso é tudo. Ora, o primeiro toque de tambor é para criar esse espírito, mas com o segundo ele murcha e no terceiro ele desaparece. Ataquei quando o espírito deles estava em baixa e o nosso no auge. Daí termos vencido. A utilidade de um exército – uma poderosa tropa de um milhão de homens – fica na dependência de um só homem: esta é a influência do espírito’.” (SUN TZU, ob. Cit., p. 48).
seus espiões em toda a espécie de atividade”, ensina o general. E alerta para a necessidade de evitar que uma notícia secreta seja divulgada por um espião antes da hora.
Nos trechos citados, Sun Tzu aborda questões de Comunicação, Comunicações, Inteligência e Contra-Inteligência.
A Comunicação consiste no processo de comunicar, no caso, convencer e influenciar o espírito. A Comunicação, conforme GOMES (1973), é a geradora do processo social; torna possível a interação dentro do gênero humano e capacita os homens a transformarem-se em seres sociais e assim permanecerem; as Comunicações são os meios técnicos usados para fazer o processo operar – os tambores, os gongos, as bandeiras e flâmulas.
As ações de Inteligência dizem respeito à busca de conhecimentos para a tomada de decisão, enquanto a Contra-Inteligência tem por missão a proteção dos conhecimentos sensíveis da instituição ou empresa.
A Inteligência, em Sun Tzu, reside no emprego de espiões para obter a maior quantidade possível de informações, ao passo que a Contra-Inteligência tem como objetivo evitar a divulgação de uma notícia ou dado sigiloso.
Na arte da guerra, da política e dos negócios, a comunicação é requisito indispensável para o êxito de uma estratégia.
Excelente texto e o autor tem propriedade
Ótimo artigo. Parabéns!