Miguel Lucena
Quem pensa que terá somente voto ideológico (de esquerda ou direita) se engana. O brasileiro vota misturado. É só analisar as intenções de voto em ACM Neto (União Brasil) e Lula (PT) na Bahia.
Em Brasília, não poderia ser diferente, embora alguns candidatos proporcionais consigam arrebatar seguidores de certo lado para as causas que defendem.
É um equívoco achar que só porque está do lado de Lula ou Bolsonaro o candidato terá necessariamente os votos de seus seguidores.
As pessoas têm interesses diversos. Nas eleições proporcionais, com as devidas exceções, os eleitores votam em amigos, conhecidos, vizinhos, colegas de trabalho e indicados por lideranças comunitárias.
Na parte de cima da arena política, onde os interesses políticos e empresariais se misturam, quase ninguém consegue navegar sozinho. O que temos para hoje são o campo liderado pelo PT, o grupo do Arruda (PL), a base de Ibaneis, o Republicanos (Damares) e o centro, representado pelo União Brasil (Reguffe), PSDB (Izalci), Cidadania/PSC (os Belmonte) e PSD (Paulo Otávio).
Se o Republicanos de Damares peitar todos e bancar uma candidatura independente, corre o risco de não eleger ninguém.