Companhia aérea pediu aos que clientes busquem hospedagem e transporte por conta própria; reembolso será feito a partir das notas fiscais
Os passageiros que tiveram voos cancelados no Aeroporto Internacional de Brasília devido ao ciclone que atingiu o estado de São Paulo estão preocupados com a falta de informações e as medidas tomadas pelas companhias aéreas. Na manhã desta quinta-feira (11/12), longas filas ainda se formam no saguão do aeroporto com pessoas que tentam remarcar seus voos. Em alguns casos, a Latam está solicitando que os passageiros arquem com os custos de hospedagem de vários dias e peçam reembolso.
Segundo a empresa, caso optem pela hospedagem e não por aguardar um novo voo, o cliente deve guardar o comprovante de pagamento para que a companhia realize o reembolso dos valores.
O mecânico Igor Souza, 28 anos, contou ao Metrópoles que ia ao Maranhão para passar as férias. Ele veio de um voo de Campinas (SP), chegou à capital às 18h30 e, desde então, seu “pesadelo” começou. “Nós estamos aqui nessa fila desde às 19h de ontem. Sem comer, sem dormir, sem apoio de nada”, afirmou.
Ele disse que a Latam ofereceu uma alternativa de hospedagem em que os próprios passageiros teriam que bancar com custos até o próximo voo disponível, previsto para segunda-feira (15/12). “Se a gente for ficar aqui até o dia 15, eles querem que a gente vá pra um hotel e pague com o nosso dinheiro, hospedagem, comida, tudo, e depois traga as notas pra eles reembolsarem, sei lá que dia. Se reembolsar no caso, né? Fica complicado”, desabafou.
O estudante João Vitor, 36 anos, também contou que recebeu da Latam a proposta de ir para um hotel por conta própria, arcando com as despesas para depois pedir reembolso. Ele afirmou ainda que a companhia ofereceu a opção de remarcar o voo em um avião fretado, mas que também só estaria disponível na segunda-feira (15/12).
Além disso, o estudante contou que instrução dada pela companhia, após o cancelamento, foi desorganizada. “Mandaram a gente ver uma acomodação e pronto. Aí virou um caos, porque tem poucos funcionários e aqui tinha mais de mil pessoas”, disse João.
Uma funcionária da Latam que conversou com a reportagem afirmou que não há mais hotéis em Brasília com capacidade para atender às demandas da companhia.
O que diz a Latam
Em nota, a Latam informou que os passageiros afetados pelos cancelamentos e atrasos podem permanecer na fila ou reservar seu hotel e transporte por meios próprios.
Caso optem pela hospedagem, o cliente deve guardar o seu comprovante de pagamento para que a companhia possa proceder com o reembolso. Basta escrever para a Latam pelo WhatsApp (+56 9 68250850) e não é necessário fazer isso de imediato.
Ainda de acordo com a companhia, o passageiro que não teve o cancelamento do voo entre os dias 10 e 12 de dezembro, também tem direito a alterar a data da viagem sem custo até 15 dias depois. Essa medida, segundo a Latam, irá ajudar a descongestionar os aeroportos.
“A Latam lamenta os transtornos causados por essa situação totalmente alheia ao seu controle e reforça o seu compromisso com a segurança em todas as suas operações e decisões”, acrescentaram em nota.
Com informações do Metrópoles
