Arnaldo Niskier
Da Academia Brasileira de Letras
Quando assumi a presidência da Academia Brasileira de Letras, em 1999, senti que havia algumas necessidades básicas. Uma delas era a edição do seu Vocabulário Onomástico. Convoquei o meu amigo Antônio José Chediak e montamos uma equipe para operar no assunto.
Nomes próprios de vários países integraram este trabalho, em particular os de Portugal. Tive a imensa colaboração do acadêmico Josué Montello, meu colega da revista Manchete, que emprestou obras notáveis para o desenvolvimento desta obra. De grande interesse foi o livro de Philipp Besnard e Guy Desplanques, onde se afirma: “Ce livre pour la première fois à eux-ci d’avoir toutes en main por jouer avec la mode, d’éviter les prénoms éphémères, de découvrir les nouveaux venus ou de préférer les classiques. Les prénoms sont em effet plus que tout sensibibles à l’air du temps.”
Decorridos tantos anos, é natural que a obra exija uma severa atualização. É tarefa para a sua atual Comissão de Lexicografia e Lexicologia, que tenho a honra de presidir, ao lado de figuras notáveis como os especialistas Evanildo Bechara, Ricardo Cavalieri, Godofredo Oliveira e Carlos Nejar, todos empenhados nesse mesmo objetivo.
Com um pormenor essencial: hoje, esse trabalho se apresenta basicamente na sua versão online, mais confortável para os nossos consulentes.
Deve-se considerar que são múltiplos os trabalhos de atualização, envolvendo o Dicionário da Língua Portuguesa, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e também o Dicionário de Topônimos e Gentílicos, num esforço gigantesco de servir aos cultores da nossa língua.
O que se pode inferir, abordando todos esses estudos, é que a nossa língua vibra com todas as necessárias modificações. Não está paralisada, ao contrário, se atualiza de acordo com os avanços da ciência e da tecnologia. Há uns poucos anos, quem poderia adivinhar o que seria, por exemplo, a inteligência artificial generativa, hoje uma realidade?