A viúva da vereadora assassinada Marielle Franco se reuniu na tarde da última terça-feira, 15, com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para pedir mais empenho na elucidação do crime. Marielle e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros na noite de 14 de março do ano passado.
Apesar de a Polícia Civil do Rio ter prendido dois suspeitos, o caso ainda não foi esclarecido. Os acusados alegam inocência, e não há pistas seguras sobre o que teria causado o duplo homicídio, nem sobre quem seriam as mandantes dos assassinatos.
Mônica Benício se reuniu com Moro e dois delegados da Polícia Federal no ministério, em Brasília. Na véspera, o crime completou 580 dias.
“Ontem estive com o ministro Sérgio Moro e cobrei do governo federal que se manifeste publicamente sobre o crime político que executou Marielle e Anderson”, escreveu Mônica na manhã desta quarta-feira, 16, em uma rede social. “O mundo quer saber: quem mandou matar Marielle?”
Ainda segundo a viúva da vereadora, Moro afirmou que tem total interesse em ver o caso esclarecido.
O PM reformado Ronnie Lessa foi preso em 12 de março deste ano, acusado de ser o responsável pelos disparos que mataram a vereadora. A Policia também prendeu o ex-PM Élcio de Queiroz, que estaria dirigindo o carro do assassino.
No último dia 3 de outubro, a polícia prendeu mais quatro pessoas ligadas ao assassino. O grupo é acusado de ter descartado a submetralhadora que teria sido usada por Lessa para matar Marielle e Anderson.
“O grupo teria executado o plano de jogar as armas nas águas da Barra da Tijuca”, informou a PM em nota divulgada no dia das prisões. “O armamento foi lançado ao mar dois dias depois das prisões de Ronnie e do ex-PM Élcio de Queiroz.”
Na última segunda-feira, quando o crime completou um ano e sete meses, a diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, reiterou a preocupação da organização com a demora na resolução do caso.
“Esperamos que todos os envolvidos na morte, inclusive seus mandantes, sejam identificados e levados à Justiça”, afirmou Werneck em nota. “O recado é claro: nenhum defensor dos direitos humanos está seguro no Brasil enquanto esse caso permanecer impune.”