Segundo pais de estudantes, perfis invadiram aula e começaram a reproduzir imagens. Secretaria de Educação diz que lamenta episódio e que vai investigar ‘crime cibernético’.
Um vídeo pornográfico foi exibido para alunos de uma turma do 6º ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 11, em Taguatinga, no Distrito Federal, na tarde desta terça-feira (6). Segundo pais de estudantes, as imagens foram reproduzidas por cerca de dez minutos aos alunos, que têm, em média, 11 anos de idade.
De acordo com relatos de estudantes, a aula ocorria normalmente, quando três perfis entraram na sala virtual e começaram a exibir o vídeo impróprio, de sexo homossexual envolvendo duas mulheres. Por conta do ocorrido, as atividades foram suspensas nesta terça. As aulas na rede pública do DF têm ocorrido apenas pela internet, por conta da pandemia de Covid-19.
A Secretaria de Educação informou que lamenta o episódio. A pasta diz que orientou os pais e dirigentes escolares para que prestem queixa contra o crime cibernético, e afirma que a Diretoria de Informática “já realiza a coleta dos dados do sistema Google Sala de Aula e os fornecerá aos investigadores” (veja íntegra da nota ao final da reportagem).
Pais revoltados
O militar aposentado Antônio Carlos Teixeira, de 60 anos, é pai de um estudante da turma onde as imagens foram reproduzidas. Ele afirma que, conforme o filho, é a segunda vez que a situação ocorre durante as aulas.
“Na primeira vez, ele percebeu e ignoraram ele [o filho]. Mas desta vez, todo mundo percebeu”, diz Teixeira.
O pai conta que entrou em contato com a direção e foi informado de que a situação foi causada por uma invasão hacker. A mesma justificativa foi dada a Hédene Rezende, de 47 anos. Ele acompanhava a aula da filha, de 11 anos, quando os vídeos foram reproduzidos.
“Eles [a direção] disseram que pessoas que estão hackeando os e-mails e estão fazendo isso”, diz. Rezende afirma que foi um “sacrifício” conseguir fechar a sala de aula online enquanto as imagens eram exibidas, e que os responsáveis invadiram a reunião duas vezes.
“A situação já está difícil, e ainda tem mais essa dificuldade de percurso”, diz o pai .
O que diz a Secretaria de Educação do DF
“A Secretaria de Educação do Distrito Federal lamenta profundamente o episódio ocorrido no ambiente virtual do Centro de Ensino Fundamental 11, de Taguatinga, e considera abjeta a ação de exibir conteúdo inapropriado a crianças de qualquer idade, ainda mais de forma clandestina e furtiva.
A secretaria orienta os dirigentes escolares e os responsáveis de estudantes a fornecerem todas as evidências à Polícia e a prestarem queixa contra esse crime cibernético — a Diretoria de Informática já realiza a coleta dos dados do sistema Google Sala de Aula e os fornecerá aos investigadores.
Assim como espera que os responsáveis sejam prontamente identificados e punidos exemplarmente, na forma da lei.”