Após a repercussão negativa, Zirleide Monteiro (PTB), da cidade de Arcoverde, apagou as redes sociais e pediu desculpas por declaração
A parlamentar Zirleide Monteiro (PTB) afirmou que uma mulher foi ‘castigada por Deus’ por ter filho com deficiência Reprodução
Por Luis Felipe Azevedo — Rio de Janeiro
Uma vereadora da cidade de Arcoverde, em Pernambuco, afirmou durante uma sessão na Câmara de Vereadores que uma mãe foi “castigada por Deus” por ter um filho com deficiência. A declaração de Zirleide Monteiro (PTB) ocorreu na última segunda-feira e, após a repercussão, a vereadora desativou as redes sociais e divulgou um pedido de desculpas “às pessoas com deficiência e seus pais”.
A mulher a quem a vereadora se refere não foi identificada e é mãe de uma criança de 4 anos de idade com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Elas teriam se desentendido dias antes da sessão. Zirleide afirmou que a mulher estava pagando por uma atitude que teve no último fim de semana.
“Não preciso citar o nome da cidadã, que o castigo de Deus, Ele dá aqui em vida. Quando ela veio com um filho deficiente, é porque ela tinha alguma conta a pagar com aquele lá de cima. Ela já veio para sofrer”, disse a vereadora.
“Está nas mãos de Deus. Está entregue e quem faz aqui, paga aqui mesmo. Não vai subir lá para cima não, viu? De jeito nenhum”, complementou.
A declaração da vereadora foi repudiada pelo presidente da Câmara, Wevertton Siqueira, que se desculpou em nome dela durante a sessão.
“Eu acho que a senhora foi muito infeliz em suas palavras, em dizer que o filho de uma mãe veio deficiente porque é um castigo de uma pessoa ser ruim ou de uma pessoa ser boa. Eu acredito que a senhora foi muito infeliz, eu quero pedir desculpa em nome da vereadora Zirleide, eu como presidente, eu quero pedir desculpa em nome dela a todas as mães que têm um filho deficiente aqui em Arcoverde, em Pernambuco e em todo o Brasil”, disse Siqueira.
Em nota, a parlamentar disse que foi “movida por agressões e mentiras” e ressaltou que faltou “tranquilidade e serenidade para agir e falar”.
“Não quero justificar essas agressões fortuitas de terceiros pelas palavras indevidas por mim proferidas, apenas situar que sim, faltou-me tranquilidade e serenidade para agir e falar. Mas, repito, o respeito, a preocupação e a nossa luta em defesa das pessoas com deficiências são inerentes a minha pessoa e ao mandato que exerço”, diz um trecho da nota.
O GLOBO entrou em contato com a Câmara de vereadores de Arcoverde e aguarda um posicionamento oficial a respeito do caso.
Fonte: O GLOBO