Especialista do Hospital de Base fala sobre as diferenças entre os vírus da gripe e reforça que população deve se imunizar
Como o vírus da influenza pode sobreviver nas superfícies por até 48 horas, a vacinação é recomendada a todos | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde
A influenza é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com uma distribuição global e alta transmissibilidade. Todos os anos, há registro de aumento significativo nos casos, colocando em risco principalmente pessoas idosas e aquelas que se encontram em grupos de risco.
São quatro os tipos de vírus influenza: A, B, C e D. “Os tipos A e B são responsáveis por epidemias sazonais, enquanto o tipo A pode desencadear grandes pandemias”, explica o infectologista Julival Ribeiro, coordenador do Núcleo de Controle de Infecções do Hospital de Base (HBDF).
A transmissão da gripe ocorre por contato direto pessoa-pessoa ou indireto, por meio de superfícies contaminadas. “O vírus pode sobreviver em superfícies por 24 a 48 horas, aumentando o risco de propagação”, esclarece o médico.
Transmissão
O período de incubação da gripe é geralmente de um a quatro dias, durante os quais as pessoas infectadas podem transmitir o vírus para outras. Os sintomas incluem febre, tosse, dor de garganta, entre outros, e podem levar a complicações graves, especialmente em grupos de risco como gestantes, crianças pequenas e idosos.
“A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe e suas complicações”, ressalta Julival. “O Programa Nacional de Imunizações [PNI], do Ministério da Saúde, lista os grupos prioritários para receber a vacina, garantindo a proteção pessoal e coletiva.”
A vacina está disponível tanto na rede pública quanto na privada. A trivalente, oferecida pelo SUS, protege contra três cepas de vírus, enquanto a vacina quadrivalente, disponível na rede privada, oferece proteção adicional contra uma segunda linhagem da cepa B. “Todos devem tomar as medidas necessárias para se protegerem e protegerem os outros contra a gripe”, adverte o infectologista do HBDF.
Prevenção, sempre
“Medidas simples como lavagem frequente das mãos, uso de lenços descartáveis e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar são fundamentais na prevenção da gripe”, acrescenta o especialista. Para o diagnóstico da gripe, a avaliação clínica é essencial, e testes em amostras de secreções respiratórias podem ser realizados para identificar o vírus.
Exames de sangue também podem ajudar a determinar o grau de infecção da pessoa. O infectologista ressalta ainda a importância do tratamento precoce com antivirais para influenza, especialmente para pacientes hospitalizados, com doença grave, complicada ou progressiva, ou que apresentam maior risco de complicações da gripe.
Novo imunizante
Uma nova vacina, a Efluelda®, desenvolvida pela Sanofi Pasteur para a população com mais de 60 anos, é a mais recente arma na luta contra a gripe. Tetravalente, o imunizante oferece uma resposta imune aprimorada contra o vírus influenza, graças à sua concentração superior de antígenos por dose – quatro vezes mais do que as vacinas tradicionais. “É importante observar que Efluelda® é contraindicada em pessoas com reações de hipersensibilidade sistêmica conhecida a qualquer vacina influenza ou a qualquer componente da vacina, incluindo proteínas do ovo”, adverte Julival.
*Com informações do IgesDF