Para especialista, aplicação majoritária de segunda dose indica avanço da imunização contra a pandemia
Com o andamento da campanha de vacinação contra a Covid-19 avançando em todo o país, o número de pessoas que completaram o ciclo de imunização vem crescendo em ritmo acelerado. Desde 6 de setembro, o Brasil aplica majoritariamente a segunda dose dos imunobiológicos disponíveis. Nestes 41 dias, 36.684.591 cidadãos e cidadãs foram, finalmente, protegidos contra o coronavírus, o que representa 35,1% do total de brasileiros que receberam a segunda dose no território nacional.
Até essa segunda-feira, 104.352.811 pessoas tinham completado o ciclo vacinal – 57,1% de toda a população acima de 12 anos no país.
O levantamento foi feito pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nos registros divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa*.
Para esta sondagem, foram descartadas as aplicações da Janssen, já que este imunizante necessita de apenas uma dose para a completa vacinação.
O panorama é animador e indica que o país está, finalmente, avançando na imunização, avalia o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro: “Agora temos um cenário com muitas pessoas já com a primeira dose. Então é muito positivo vermos que a segunda dose, para o término do ciclo vacinal, está sendo devidamente aplicada”.
A luta contra a Covid-19 começou em 17 de janeiro deste ano no Brasil. Desde então, problemas de falta de imunizantes, logística na entrega de novas doses e denúncias de corrupção na aquisição de vacinas permearam a campanha de vacinação. Vídeos divulgados na última sexta-feira (15/10), por exemplo, mostram que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello teria mentido à CPI da Covid sobre o preço do imunobiológico adquirido via consórcio Covax Facility.
Para Ribeiro, é preciso manter o esforço para aplicação da segunda dose, bem como da aplicação de reforço. Estudos vêm acompanhando a perda de proteção das vacinas ao longo do tempo, e a comunidade científica avalia a possibilidade de que os imunizantes contra a Covid-19 sejam aplicados de forma recorrente, assim como demais imunobiológicos usados em outras doenças, como a gripe.
“Precisamos nos atentar na importância da dose de reforço para não termos, de novo, uma população mais vulnerável, que tomou vacina lá na frente, desprotegida novamente”, explica.
Segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), 1.466 cidades já aplicam a dose de reforço. Até essa segunda-feira (18/10), a proteção extra foi recebida por 4.298.275 pessoas no país.
* O consórcio de imprensa é composto pelos veículos G1, O Globo, Extra, Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL.