Presidente não citou datas nem forneceu detalhes sobre o plano nacional de imunização contra a Covid-19
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escreveu no Twitter, na manhã desta segunda-feira (4/1), que a vacina emergencial contra a Covid-19 certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de caráter não obrigatório “está a caminho”.
Na postagem, não há indicação de data nem detalhes sobre o plano nacional de imunização contra o novo coronavírus.
A semana que se inicia promete ser decisiva para a definição do calendário de imunização contra a Covid-19 no Brasil. A expectativa é que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) peça, nos próximos dias, a autorização emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a fórmula desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca.
O Instituto Butantan também se comprometeu, no fim do ano, a completar o dossiê sobre a vacina Coronavac nos primeiros dias de janeiro e, a partir daí, a intenção seria solicitar a liberação para a aplicação da fórmula chinesa. O governo paulista, que patrocina a Coronavac, tem reiterado que pretende começar a vacinação no estado em 25 de janeiro.
Existe ainda a possibilidade de que a Pfizer faça o pedido de uso emergencial nesta semana. Nos últimos dias de 2020, a empresa sinalizou que poderia mudar a estratégia, voltando atrás da decisão de pedir apenas o registro definitivo do fármaco.
Após reunião com a Anvisa, o fabricante afirmou que cogita recorrer à aprovação imediata como já vem fazendo em outros países.
Hidroxicloroquina
Bolsonaro compartilhou um vídeo de um programa da Jovem Pan de 2 novembro em que o pediatra e toxicologista Anthony Wong defende o uso da hidroxicloroquina, Azitromicina, Annita e outros medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19.
No programa, depois de o médico fazer uma defesa enfática da hidroxicloroquina, a repórter Paula Leal o questiona o porquê de a Organização Mundial de Saúde (OMS) não adotar o medicamento. O médico responde que “tem muito dinheiro envolvido”.
Em novembro, circulou no WhatsApp um vídeo em que Wong dissemina informações enganosas sobre potenciais vacinas contra a Covid-19. O médico retirava do contexto o percentual de efeitos adversos do imunizante Coronavac, desenvolvido pela empresa chinesa Sinovac Life Science e testado no Brasil em parceria com o Instituto Butantan.
O chefe do Executivo propaga o uso da hidroxicloroquina desde o início da pandemia, apesar da ausência de comprovação científica pela comunidade médica e autoridades sanitárias.
Quando contraiu o novo coronavírus, em julho, Bolsonaro virou um garoto propaganda do medicamento, que apareceu em várias lives.
Fonte: Metrópoles