LONDRES – Uma terceira dose da vacina Oxford-AstraZeneca produz uma forte resposta imunológica, aponta estudo divulgado nesta segunda-feira. No entanto, ainda não há evidências de que tais aplicações sejam necessárias, especialmente dada a escassez de imunizantes em alguns países.
O estudo da Universidade de Oxford descobriu que uma terceira dose da vacina aumenta as respostas imunológicas dos anticorpos e das células T. Além disso, a segunda dose pode ser atrasada em até 45 semanas após a primeira, o que também levar a uma resposta imunológica aprimorada.
O governo britânico disse que está estudando uma campanha de reforço da vacina no outono, com três quintos dos adultos já tendo recebido as duas doses da vacina contra a Covid-19.
Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, disse que a evidência de que o imunizante protege contra as variantes atuais por um período prolongado de tempo significa que tal reforço pode não ser necessário.
Temos que estar em uma posição em que possamos aplicar a terceira dose se for necessário, mas não temos nenhuma evidência de que isso seja necessário — disse ele em entrevista coletiva. — Neste momento, com um alto nível de proteção na população do Reino Unido e nenhuma evidência de perda, dar terceiras doses agora enquanto outros países não têm doses é inaceitável.
Estudos já haviam mostrado que o imunizante, desenvolvido pela Universidade de Oxford e licenciado para a AstraZeneca, tem maior eficácia quando a segunda dose é adiada para 12 semanas em vez de quatro semanas.
A pesquisa foi lançada em um pré-print e analisou 30 participantes que receberam uma segunda dose tardia e 90 que receberam uma terceira dose, todos com menos de 55 anos.
Isso ajuda a amenizar as preocupações de que as vacinas de vetor viral contra Covid-19, como aquelas feitas pela AstraZeneca e Johnson & Johnson/Janssen, podem perder sua potência se inoculações anuais forem necessárias devido ao risco de o corpo produzir uma resposta imune contra os vetores que entregar a informação genética da vacina.
— Houve algumas preocupações de que não seríamos capazes de usar esta vacina em um regime de vacinação de reforço, e isso certamente não é o que os dados estão sugerindo — disse à Reuters a autora do estudo, Teresa Lambe, do Instituto Jenner de Oxford.