Por um momento no início desta semana, parecia que os dias de intensos confrontos entre policiais e estudantes de uma das principais universidades de Hong Kong poderiam finalmente terminar.
Estudantes vestidos de preto não lançaram bombas de gasolina e pararam de construir barricadas que interrompiam o tráfego perto da Universidade Chinesa de Hong Kong, na noite de terça-feira. A polícia deixou de disparar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. O vice-chanceler Rocky Tuan pressionou as forças de polícia para conseguir uma trégua.
Foi quando alguém disparou um ponteiro laser contra alguns policiais. A polícia revidou com gás lacrimogêneo. O vice-chanceler se viu em meio à fumaça nociva.
“O acordo estava sendo confirmado pelos dois lados”, disse Kai Chi Leung, professor sobre estudos da China na Universidade Chinesa de Hong Kong, que fazia parte de um grupo de funcionários da universidade envolvidos nas negociações. “Daí, o caos começou.”
Embora as oito universidades subsidiadas pelo governo de Hong Kong – como suas contrapartes em todo o mundo – tenham uma longa história de ativismo político, o protestos que sacodem Hong Kong nos últimos cinco meses trouxeram batalhas sem precedentes para o campus. Vários campi ficaram bloqueados por longos períodos nos últimos dias.
Na quinta-feira, a polícia disparou gás lacrimogêneo nos arredores da Universidade Politécnica, no quarto dia consecutivo de caos na cidade. Algumas universidades estrangeiras na Suécia e no Reino Unido começaram a pedir que seus alunos voltem para casa. Em e-mail enviado para estudantes no exterior, a Universidade de Warwick, na Inglaterra, insistiu para que os “estudantes reduzissem o período de estudos ou estágio no exterior e retornassem ao Reino Unido”.
Mudança de foco
Uma forte razão pela qual a polícia mudou o foco para os campi de universidades esta semana foi o uso de passarelas pelos manifestantes, dentro ou perto dos campi, para bloquear as principais vias de trânsito. Os manifestantes também obstruíram estradas próximas aos campi das principais faculdades, como a Universidade de Hong Kong, a Universidade Batista de Hong Kong, a Universidade Politécnica de Hong Kong e a Universidade da Cidade de Hong Kong. Alguns manifestantes cortaram árvores para bloquear as ruas, jogaram móveis de pontes e lançaram tijolos como projéteis.