A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) anunciou hoje que foram aprovados dois novos Geoparques mundiais no Brasil.
Aagência ampliou sua lista reconhecendo oito novas áreas, duas do Brasil (o Geoparque de Seridó e o dos Caminhos dos Canyon do Sul), e seis geoparques na Europa, localizados na Finlândia, Alemanha, Grécia, Luxemburgo, Romênia e Suécia.
Segundo a UNESCO, geoparques mundiais são áreas geográficas unificadas, onde sítios e paisagens de relevância geológica internacional, administrados com base nos conceitos de proteção, educação e desenvolvimento sustentável.
O Geoparque do Seridó ocupa uma área de 2.800 quilômetros quadrados no semiárido nordestino do Brasil e abriga uma das maiores reservas de scheelita da América do Sul, um importante minério de tungstênio, além de fluxos de basalto da atividade vulcânica das eras Mesozoica e Cenozoica.
Essa geodiversidade, ressaltou a UNESCO, determina em grande parte a biodiversidade única da área, caracterizada especialmente pela caatinga, uma ecorregião marcada por uma flora subtropical específica.
Já o Geoparque Caminhos dos Canyon do Sul, com uma área de 2.830,8 quilômetros quadrados, contém um dos ecossistemas mais ricos do planeta em termos de biodiversidade.
Possui também, segundo a UNESCO, os Canyon mais impressionantes da América do Sul, formados pelos processos geomorfológicos únicos que o continente experimentou durante a rutura do supercontinente Gondwana, há cerca de 180 milhões de anos.
Até agora, o Brasil tinha apenas um geoparque na lista da Unesco, no Araripe.
As novas adições elevam o número de geoparques na rede global para 177, em 46 países, com uma área total de 370.662 quilómetros quadrados, comparável ao território do Japão.
Os Estados membros da Unesco ratificaram a sua criação em 2015 e através da sua designação é reconhecido o patrimônio geológico de importância internacional.
Esses enclaves, destacou a organização, apresentam uma extraordinária variedade geológica que sustenta a diversidade biológica e cultural das diferentes regiões. A sua integração na rede beneficia as comunidades locais, combinando a conservação do património geológico com o alcance público e o desenvolvimento sustentável.