domingo, 23/02/25
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UnB pede que governo do DF decrete isolamento rigoroso para melhorar ‘situação de colapso’ causada pela Covid-19

Em carta ao governador Ibaneis Rocha, reitora Márcia Abrahão apresentou dados que mostram gravidade da situação na capital. Segundo instituição, taxa de reprodução de vírus está em 1,31.

Profissionais de saúde atendem pacientes no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) — Foto: SindEnfermeiros-DF
Profissionais de saúde atendem pacientes no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) — Foto: SindEnfermeiros-DF

A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, enviou uma carta ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pedindo a adoção imediata de restrições rigorosas na capital para melhorar a “situação de colapso” vivida na capital devido à pandemia de Covid-19. 

No documento, enviado na quinta-feira (8), a reitora afirma que “é nossa responsabilidade recomendar à Vossa Excelência, respeitosamente, a adoção de isolamento social rígido (lockdown), até que os indicadores baixem a níveis que permitam flexibilização”.

A carta traz dados que apontam para a gravidade da pandemia no DF. Segundo o documento, a taxa atual de transmissão do novo coronavírus na capital é 1,31. Ou seja, de acordo com o levantamento, cada 100 pessoas infectam outras 131. 

O dado é diferente e mais alarmante que o apresentado pelo governo do DF que, desde semana passada, afirma que a taxa de transmissão está abaixo de 1 na capital. Questionado sobre a carta, o GDF não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. 

Dados preocupantes

A reitora da UnB Márcia Abrahão — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
A reitora da UnB Márcia Abrahão — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O documento afirma que, para fazer o pedido, os pesquisadores da UnB se basearam nas seguintes informações: 

  • O histórico do número de casos e óbitos confirmados por Covid-19;
  • O número reprodutivo de casos acima de 1,31, de forma que podemos interpretar que a cada 100 casos de Covid-19 identificados possam transmitir para 131 pessoas;
  • O histórico de uso dos leitos de UTI por pacientes com Covid-19, seja na rede pública ou privada, do Distrito Federal;
  • Previsão de necessidade de leitos de UTI, com a baixa cobertura de vacinas (apenas 60 anos ou mais), utilizando-se de modelos dinâmicos por equações diferenciais;
  • Redução da oferta de testagem no Distrito Federal por técnicas de RT-PCR;
  • Indisponibilidade de um programa de monitoramento e estabelecimento de quarentena de contatos pela atenção primária;
  • Ausência de uma campanha educacional consistente, com coordenação central, para estimular o uso das medidas como lavagem das mãos, uso de máscaras, uso de álcool em gel e distanciamento social;
  • Ritmo lento da vacinação com uma baixa proporção (4%) da população imunizada. 

“A análise da situação epidemiológica atual associada à limitada capacidade de expansão da oferta de atenção na rede pública e privada, corroborados pelas estimativas de casos e de óbitos obtidas pelos modelos de predição, impõe a necessidade de alertar os órgãos do Governo do DF para a aplicação imediata de medidas restritivas rigorosas, o que reduzirá a transmissão de SARS-CoV-2 e, consequentemente, possibilitará a melhora da situação atual de colapso do sistema de saúde local”, diz o texto.

Ainda de acordo com a UnB, “essa medida deverá ser acompanhada de suporte financeiro para população vulnerável e microempresários, e ainda, de forte campanha centralizada de conscientização da sociedade quanto à manutenção das medidas sanitárias e de distanciamento”. 

Retomada das restrições

O pedido de isolamento rígido na capital foi enviado um dia antes de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) permitir o funcionamento de atividades não essenciais, como bares, restaurantes, shoppings e comércio de rua. 

A Corte atendeu a um pedido do GDF e derrubou uma decisão anterior, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que havia determinado a retomada de restrições a esses serviços, por conta do agravamento da pandemia. 

Entre 28 de fevereiro e 29 de março, o governo local chegou a determinar o fechamento dessas atividades, por conta da alta de casos, mortes e da taxa de ocupação de leitos de UTI por pacientes com Covid-19. No fim do mês passado, no entanto, o governador Ibaneis Rocha flexibilizou as medidas.

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