Objetivo é instalar 11 mini usinas de energia nos quatro campi. Entre 2020 e 2021, o consumo de energia da universidade caiu 10,28%
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Completando 60 anos nesta quinta-feira (21/4), a Universidade de Brasília (UnB) tem um projeto de tornar os quatro campi – Asa Norte, Planaltina, Ceilândia e Gama – autossustentáveis. A ideia da instituição é instalar 11 mini usinas de geração de energia, além de trocar lâmpadas e instalar painéis fotovoltaicos. A expectativa é que os sistemas proporcionem economia de R$ 868 mil ao ano na conta de luz da unidade de ensino superior.
O projeto ainda está em andamento e o campus Darcy Ribeiro foi o primeiro a receber as usinas. Em 2019, o campus de Planaltina começou a usar a usina solar fotovoltaica. As 132 placas têm capacidade para gerar 44 kWp (quilowatts-pico), com uma economia de cerca de R$ 4 mil por mês na conta de luz da unidade – o que corresponde a 12% da fatura.
Até o momento, há duas usinas solares no campus de Ceilândia. O primeiro sistema conta com 134 placas, com cerca de 300 m² e capacidade de gerar 44 kWp com economia mensal média de R$ 4.700 — aproximadamente 6% da conta de energia da unidade. O segundo tem capacidade de 141 kWp, equivalente a cerca de 19% de economia na conta da unidade. Além disso, mais de 3,5 mil lâmpadas foram substituídas por modelos de LED, com redução potencial de mais 40% do consumo de energia elétrica.
O campus do Gama é o único já 100% autossustentável. Ano passado, além da instalação de plantas fotovoltaicas, que viabilizam a produção de energia renovável e redução das emissões de gases de efeito estufa, 3.476 lâmpadas comuns foram substituídas por LED.
As usinas do campus, que totalizam uma potência instalada de 271 kWp, proporcionam uma geração de energia estimada em 29,8 MWh, com economia estimada em R$ 423 mil por ano para a universidade. O excedente de energia produzida poderá ser utilizado no abatimento das contas de outros campi.
A Unidade de Ensino e Docência (UED) do campus Darcy Ribeiro, que abriga o Instituto de Ciências Sociais (ICS), terá capacidade de geração de 125 quilowatt-pico (kWp).
Outras ações
Em 2021, o consumo de energia elétrica da UnB reduziu em 10,28%, quando comparado com 2020. A universidade avalia que as ações que contribuíram para a redução do consumo de energia foram:
• Instalação de aproximadamente 5.000 lâmpadas LED para ambientes internos e 428 refletores LED para ambientes externos;
• Instalação de aproximadamente 2.115 unidades de painéis fotovoltaicos nas seguintes edificações: UED FGA (~350 módulos), UED ICS (~350 módulos), UED CIC/EST (~350 módulos), UED IPOL/IREL (~350 módulos), LDTEA FGA (~320 módulos), MESQ FGA (~45 módulos), UED FCE (~350 módulos).
Preservação
Ano passado, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) concedeu atestado de compensação florestal para a UnB. O termo garante que o desmatamento provocado pelas construções dos campi em Planaltina, Gama e Ceilândia, além de obras no campus Darcy Ribeiro, foi quitado.
A UnB propôs a preservação de mais de 18 hectares de remanescentes da vegetação nativa da Fazenda Água Limpa (FAL) como Reserva Legal Adicional. O pagamento da compensação florestal exigiu a regularização do Cadastro Ambiental Rural (CAR) da Fazenda Água Limpa, que criou a Reserva Legal em quase 25% da área da FAL — quantidade de área destinada para a Reserva Legal Adicional, as Áreas de Preservação Permanente (APP) e para a Reserva Legal, atendendo o Código Florestal.
Somada às unidades de conservação já existentes, Capetinga e Taquara, a FAL possui mais de 70% de áreas protegidas. A área preservada ainda está destinada para atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade.