
Miguel Lucena
Grupos não costumam cair por ataques externos, mas por rachaduras internas, quase sempre silenciosas. A inveja, o ressentimento e o ciúme começam como poeira num canto, imperceptíveis; quando alguém percebe, já viraram muralha.
Cada um puxa para um lado, cada qual querendo ser protagonista, e a unidade se desfaz como barro seco. Líderes se isolam, aliados se estranham, e o projeto vira ruína.
A história mostra que nenhuma casa cai de fora para dentro — é o fogo aceso no próprio fogão que incendeia os pilares. Onde não há confiança, sobra disputa. E onde sobra disputa, não há chão que aguente.
Uma casa dividida, cedo ou tarde, desaba.

