Marcos Pires
Roberto Campos foi Ministro, Embaixador, Deputado Federal, Senador e muito importante nos governos brasileiros. Economista inteligentíssimo e desbocado era autor de frases como: “- Todo mundo sabe que o dinheiro do governo é gasto para sustentar Universidades ruins e grátis. Garante comícios das UNEs da vida, ótima preparação para futuros políticos analfabetos”.
Mas vamos ao escândalo.
Imaginem uma loura alta e ambiciosa, que em menos de um mês em Paris chegou a ter casos com J.J. de La Rochette, com o filho do rei Faiçal e com o milionário joalheiro Boucheron. Funcionária da Embaixada do Brasil na França, Mariza Tupinambá tornou-se amante de Roberto Campos. Segundo ela própria declarou, era orientada pelo amante a intermediar negociações com empresas que tinham interesse nos cofres públicos brasileiros. A Odebrecht já estava entre seus clientes naquele tempo. De cada negócio caberia a ela 1%. Só que Roberto Campos não lhe repassava as comissões nas patifarias, enganando a prendada moça ao argumento de que os negócios não haviam sido fechados.
A galega descobriu a patranha e soube que Campos estava em Londres, mais precisamente no Royal Festival Hall, onde assistia um belo espetáculo que naquela noite contava inclusive com a presença da Rainha Elizabeth. Chegou lá de surpresa, invadiu o auditório e deu-lhe uma surra com sua bolsa na frente de toda realeza.
Mas isso foi pouco. Tempos depois reencontraram-se num flat em São Paulo. Roberto Campos comunicou que iria acabar o relacionamento. Afinal, casado e pai de três filhos, condestável da nação, não ficava bem continuar aquela história. A Tupinambá teria pedido então que ele lhe pagasse o que devia daquelas negociatas ou lhe arranjasse um emprego. Campos sugeriu que ela procurasse nos classificados do jornal. Aí se deu o escândalo. A moça desferiu facadas no embaixador que teriam atingido a clavícula, o peito e os intestinos. Apesar da operação abafa montada, a vítima deu azar e a ambulância em que era conduzido para um hospital onde já lhe esperavam quebrou, sendo transferido para outra ambulância que o levou a outro hospital onde foi reconhecido. A versão do assalto que haviam forjado caiu por terra muito embora o delegado tivesse anunciado a prisão de 300 suspeitos. No final nem inquérito houve, a ditadura militar arquivou o caso.
Já não se fazem mais escândalos como antigamente.
Via blog do Tião Lucena*