Imagem ilustrativa. Reprodução/Google
Miguel Lucena
Por ser de lá, do tempo da máquina datilográfica e do mimeógrafo, de usar telex para enviar matérias de João Pessoa para a Folha de São Paulo e de receber as notícias internacionais com letras representando acentos (eh, estah, cafeh, Peleh), ainda não havia entendido uns símbolos que os jornalistas novos colocam no meio das palavras.
Não perguntei a ninguém, mas suspeito que esses símbolos em lugar de algumas letras sejam um meio de burlar as censuras impostas pelos robôs da Inteligência Artificial.
No Instagram, Facebook e Tik Tok, por exemplo, você pode mostrar a frente do Fenemê e oferecer certos serviços que envolvem o corpo, mas não pode chamar as coisas pelo nome. Nada do que eles entendam como ofensa, manifestação odiosa ou preconceito.
Para dizer que alguém foi ferido por meio de uma arm@ de fog, ou que levou um tir, só recorrendo aos símbolos. Chame alguém de fresque, para dizer que a pessoa é besta, e correrá o risco de ser suspenso das redes.
Em suma, mostrar, exibir, fazer como o Gota Serena fez na Paraíba, mostrando a gruta de Tambaba antes da reforma, e ganhar um dinheirinho com as batatas da perna, o dedão do pé e a cara de Zé Lezim são permitidos, mas sem dizer do que se trata. A ordem é: pode tudo, mas em boca calada não entra mosca.