Para relator do caso, trecho de entrevista concedida por Bolsonaro em 2016 foi descontextualizado com o objetivo de ‘desqualificar o candidato’ do PL à reeleição.
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, nesta quinta-feira (13) manter a proibição à exibição de uma propaganda da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que associa Jair Bolsonaro (PL) ao canibalismo.
A peça barrada exibe trecho de um vídeo de 2016 em que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro diz que comeria “sem problema nenhum” um indígena em ritual de aldeia.
A gravação é de uma entrevista de Bolsonaro a um jornalista do “New York Times” na época em que o presidente ainda era deputado federal. A entrevista completa está nas redes sociais do presidente.
Ao jornalista do “New York Times”, Bolsonaro conta uma visita que fez a uma aldeia e que um indígena que havia morrido estava sendo cozido pela aldeia.
“É para comer. Cozinha por dois, três dias, e come com banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Aí o cara: ‘Se for, tem que comer’. Eu como! Aí, a comitiva, ninguém quis ir”, contou Bolsonaro na entrevista.
A propaganda do PT resgata o trecho e comenta: “É monstruoso. Bolsonaro revela que comeria carne humana.”
Para o TSE, a propaganda descontextualizou a entrevista. “Foi descontextualizado na propaganda para desqualificar o candidato”, disse o relator, Paulo de Tarso Sanseverino