Desde maio de 2021, a série “Fato ou Boato” desmentiu dezenas de afirmações sobre as urnas eletrônicas, contagem de votos e invasão hacker
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Nos últimos 12 meses, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou uma série de notícias para esclarecer desinformações sobre as eleições presidenciais de 2022. Desde maio de 2021, o projeto “Fato ou Boato” desmentiu dezenas de afirmações sobre as urnas eletrônicas e contagem de votos, entre outros temas.
A iniciativa faz parte do Programa de Enfrentamento à Desinformação, que tem como objetivo minimizar os efeitos dos boatos que circulam na web envolvendo a Justiça Eleitoral e o sistema eletrônico de votação.
As eleições de 2018 foram umas das principais impulsionadoras da criação de um método institucional que pudesse desmentir fatos criados sem comprovação. Desde a ocasião, a internet tem sido usada para descredibilizar todo o processo eleitoral brasileiro.
Embate com Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) travou, desde eleito, constantes embates com a Justiça Eleitoral. Ele é, juntamente com aliados, uma das principais vozes no questionamento do processo brasileiro. Em 14 de abril deste ano, o Youtube precisou derrubar uma entrevista concedida pelo líder do Executiv federalo na qual ele levanta dúvidas sobre o resultado das eleições de 2018 — na qual foi eleito — e sobre a suposta atuação de um hacker para “desviar votos”.
Em outros momentos, Bolsonaro disparou ataques diretos ao então presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso. “Por que que nós temos que concorrer nas eleições do ano que vem sob o manto da desconfiança? O que nós queremos? Eu quero eleições limpas, o voto democrático, a contagem pública dos votos”, disse, em entrevista.
Checagens
Uma das primeiras checagens feitas pelo TSE foi, inclusive, sobre o assunto. Em 29 de junho de 2021, o Fato ou Boato provou que vídeos que circulavam nas redes sociais sobre fraude nas urnas eram mentirosos. Nas imagens, o TSE comprova que o voto eletrônico e a contagem são, sim, auditáveis.
Já em 2022, o TSE precisou esclarecer questões sobre processos que correm na Justiça e ainda desmentir informações falsas sobre as sugestões enviadas pelas Forças Armadas para aperfeiçoar as urnas.
A mensagem falsa trazia informações de que o TSE teria imposto sigilo às recomendações enviadas pelo Exército para barrar o acesso de um deputado federal à documentação, que comprovaria a insegurança do sistema. Em nota, a Corte negou ter determinado sigilo à informação e afirmou que “os comentários distorceram um acontecimento”.
O conteúdo mais recente trata-se do lançamento do e-título, apontado como aplicativo espião.
Nos vídeos, o tribunal afirmou que o “e-Título foi desenvolvido para permitir o acesso a serviços eleitorais de forma não presencial, como consultar o número do título e o local de votação, verificar a situação eleitoral, emitir certidões, justificar ausência às urnas, consultar e emitir guias para pagamentos de débitos eleitorais, entre outros”.